Casos
Práticos.
Para ilustrar a teoria trago a colação vários julgados que fortalecem a
arbitragem no Brasil. Criando-se a assim, a Jurisprudência Arbitral.
Data de
publicação: 26/06/2013.
Ementa: HOMOLOGAÇÃO DE SENTENÇA ARBITRAL
ESTRANGEIRA. CUMPRIMENTO DOS REQUISITOS FORMAIS. CONVENÇÃO DE ARBITRAGEM.
VALIDAMENTE. CONSTITUÍDA.
EXISTÊNCIA DE CLÁUSULA COMPROMISSÓRIA. QUESTIONAMENTO. IMPOSSIBILIDADE.
1. Sentença
arbitral estrangeira proferida por órgão competente, devidamente traduzida,
reconhecida pelo consulado brasileiro e transitada em julgado deve ser
homologada.
2. O ato
homologatório da sentença estrangeira limita-se à análise dos requisitos
formais. Questões de mérito não podem ser examinadas pelo STJ em juízo de
delibação, pois ultrapassam os limites fixados pelo art. 9º, caput, da
Resolução STJ n. 9 de 4/5/2005. 3. Se a convenção de
arbitragem foi validamente instituída, não feriu a lei
a que foi submetida pelas partes e foi aceita pelos contratantes mediante a
assinatura do contrato, não cabe questionar, em sede de homologação do laudo
arbitral resultante desse acordo, aspectos específicos da natureza contratual
subjacente ao laudo homologando (AgRg na SEC n. 854 , Corte Especial, relatora
para o acórdão Ministra Nancy Andrighi, DJe de 14/4/2011). 4. Homologação
deferida.
STJ
- SENTENÇA ESTRANGEIRA CONTESTADA SEC 4213 EX 2009/0107931-0 (STJ).
Data de publicação: 26/06/2013
Ementa: SENTENÇA ESTRANGEIRA CONTESTADA. REQUISITOS.
LEI N. 9.307 /1996 E RESOLUÇÃO STJ N.9/2005. CONVENÇÃO DE ARBITRAGEM.
CLÁUSULA.
COMPROMISSÓRIA. CONTRATO INTERNACIONAL INADIMPLIDO SUBMETIDO AO JUÍZO ARBITRAL.
COMPETÊNCIA. MÉRITO DA DECISÃO ARBITRAL. IMPOSSIBILIDADE. JUÍZO DE DELIBAÇÃO.
NÃO VIOLAÇÃO DA ORDEM PÚBLICA. PRECEDENTES DO STJ. HOMOLOGAÇÃO.
1. Ao apreciar pedido
de homologação de sentença estrangeira, não pode o STJ examinar questões
relativas à eventual irregularidade no contrato a ela vinculados ou referentes
à conduta das partes, porque ultrapassam os limites fixados pelo art. 9º,
caput, da Resolução STJ n. 9 de 4/5/2005.
2. Se a convenção de arbitragem foi
validamente instituída, se não feriu a lei à qual as partes a submeteram (art.
38 , II , da Lei n. 9.307 /1996) e se foi aceita pelos contratantes mediante a
assinatura do contrato, não se pode questionar, em sede de homologação do laudo
arbitral resultante desse acordo, aspectos específicos da natureza contratual
subjacente ao laudo homologando (AgRg na SEC n. 854/ GB, Corte Especial,
relatora para o acórdão Ministra Nancy Andrighi, DJe de 14/4/2011).
3. Considera-se
atendido o requisito da citação quando há manifestação da parte nos autos, em
clara demonstração de conhecimento da existência de ação em que figura como
parte.
4. Sentença estrangeira
que não viola a soberania nacional, os bons costumes e a ordem pública e que
preenche as condições legais e regimentais deve ser homologada.
5. Sentença arbitral
estrangeira homologada.
TJ-DF
- Apelação Cível APL 113951620118070007 DF 0011395-16.2011.807.0007 (TJ-DF)
Data de publicação: 29/03/2012
Ementa: PROCESSO CIVIL. CONVENÇÃO DE ARBITRAGEM. CLÁUSULA
COMPROMISSÓRIA. EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO. ART. 267, VII, DO
CPC.
I – A CONVENÇÃO DE ARBITRAGEM CONFIGURA
CAUSA DE EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO, NOS TERMOS DO ART. 267,
VII, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL, AFASTANDO, POIS, OBRIGATORIAMENTE, A SOLUÇÃO
JUDICIAL DO CONFLITO. II - NEGOU-SE PROVIMENTO AO RECURSO.
TST
- AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA AIRR 1817402920055020067
181740-29.2005.5.02.0067 (TST).
Data de publicação: 10/08/2012.
Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA.
NULIDADE DO ACÓRDÃO REGIONAL POR NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL E CERCEIO
DO DIREITO DE DEFESA (INEXISTÊNCIA DAS VIOLAÇÕES INDICADAS; ORIENTAÇÃO
JURISPRUDENCIAL 115 DA SBDI. AUSÊNCIA DE SUBMISSÃO DA DEMANDA À COMISSÃO DE
CONCILIAÇÃO PRÉVIA (INEXISTÊNCIA DAS VIOLAÇÕES INDICADAS; SÚMULA 333 DO TST).
CONVENÇÃO DE ARBITRAGEM.
COISA JULGADA. INAPLICABILIDADE
AO PROCESSO INDIVIDUAL DO TRABALHO (INEXISTÊNCIA DAS VIOLAÇÕES INDICADAS;
SÚMULA 333 DO TST). VÍNCULO DE EMPREGO. DESCARACTERIZAÇÃO DO VÍNCULO
COOPERATIVO. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PARA A EMPRESA TOMADORA NOS MOLDES DOS ARTS.
2.º E 3.º DA CLT (INEXISTÊNCIA DAS VIOLAÇÕES INDICADAS; SÚMULA 296, I, DO TST).
Não merece ser provido agravo de instrumento que visa a liberar recurso de
revista que não preenche os pressupostos contidos no art. 896 da CLT. Agravo de
instrumento não provido.
TJ-PR
- Agravo de Instrumento AI 7392287 PR 0739228-7 (TJ-PR).
Data de publicação: 19/05/2011.
Ementa: Agravo de Instrumento. Cláusula
compromissória. Convenção de
arbitragem. Limitação.
Alcance da arbitragem. Competência
da Câmara Arbitral. Divergências internas do Sistema. Conexão. Art. 103, CPC.
Aplicação. Recurso parcialmente provido.
1) Os litígios a serem
dirimidos pela via arbitral são somente aqueles que venham a surgir entre as
integrantes do Sistema Unimed, mas com fundamento na própria Constituição .
Somente divergências internas do Sistema Cooperativo Unimed são de competência
da Câmara Arbitral.
2) O alcance da
cláusula arbitral foi deliberadamente limitado pelas partes, não podendo ser
invocado para a solução do presente litígio.
3) Coincidindo os
objetos das ações, bem como as causas de pedir, há que se reconhecer a conexão
entre os feitos.
TJ-PR
- 9234082 PR 923408-2 (Acórdão) (TJ-PR).
Data de publicação:
28/11/2012.
Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. AÇÃO
DECLARATÓRIA DE RESCISÃO DE CONTRATO CUMULADA COM INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS.
INSTRUMENTO DE CONTRATO - CONVENÇÃO DE ARBITRAGEM -
CLÁUSULA COMPROMISSÓRIA - VALIDADE - ANUÊNCIA EXPRESSA - PRESENÇA DOS
PRESSUPOSTOS LEGAIS - EXTINÇÃO DO FEITO - DECISÃO ACERTADA - VINCULAÇÃO DO
LITÍGIO À ARBITRAGEM.
1. "Cláusula
compromissória é o ato por meio do qual as partes contratantes formalizam seu
desejo de submeter à arbitragem eventuais
divergências ou litígios passíveis de ocorrer ao longo da execução da avença.
Efetuado o ajuste, que só pode ocorrer em hipóteses envolvendo direitos
disponíveis, ficam os contratantes vinculados à solução extrajudicial da
pendência" (STJ, REsp 606345/RS, Segunda Turma, Rel. Min. JOÃO OTÁVIO DE
NORONHA, julg.17/05/2007).
2. "A eleição da
cláusula compromissória é causa de extinção do processo sem julgamento do
mérito, nos termos do art. 267, inciso VII, do Código de Processo Civil "
(STJ, REsp 606345/RS, Segunda Turma, Rel. Min. JOÃO OTÁVIO DE NORONHA,
julg.17/05/2007). 3. Recurso conhecido e desprovido.
TJ-PR
- Apelação Cível AC 7513128 PR 0751312-8 (TJ-PR).
Data de publicação: 30/03/2011.
Ementa: DIREITO PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS À
EXECUÇÃO. EXTINÇÃO "EX-OFFICIO" DOS EMBARGOS, SEM RESOLUÇÃO DO
MÉRITO, COM FUNDAMENTO NO ARTIGO 267, VII, DO CPC. CONVENÇÃO DE ARBITRAGEM.
Sem que nenhuma das partes exija
o cumprimento de cláusula compromissória de arbitragem, deve
ser considerada a renúncia tácita da sua aplicabilidade, circunstância que
impede o Magistrado de julgar extinto o processo que busca o pronunciamento
judicial sobre a controvérsia. Apelação provida. RECURSO PROVIDO COM A ANULAÇÃO
DA SENTENÇA E DETERMINAÇÃO DE RETORNO DOS AUTOS AO JUÍZO DE ORIGEM PARA O
REGULAR PROCESSAMENTO.
TJ-PR
- 8928518 PR 892851-8 (Acórdão) (TJ-PR).
Data de publicação: 14/08/2012.
Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO DECISÃO QUE
ANTECIPOU OS EFEITOS DA TUTELA PARA O FIM DE SUSPENDER O PROTESTO DA NOTA
PROMISSÓRIA EMITIDA PELA PARTE REQUERENTE PRELIMINAR DE INCOMPETÊNCIA
ABSOLUTA DA JUSTIÇA COMUM SOBRE O FEITO EXISTÊNCIA DE CLÁUSULA ARBITRAL NO
PACTO CELEBRADO PROCEDÊNCIA CONTRATO FORMULADO ENTRE AS PARTES QUE PREVÊ,
DE FORMA INEQUÍVOCA, A CONVENÇÃO DE ARBITRAGEM
CÓPIA DO CONTRATO JUNTADO AOS AUTOS NA INICIAL QUE NÃO INCLUÍA REFERIDA
PACTUAÇÃO CLÁUSULA DE ELEIÇÃO DE FORO TAMBÉM CONSTANTE NA AVENÇA QUE, NOS TERMOS
DA JURISPRUDÊNCIA DO STJ, NÃO AFASTA A CONVENÇÃO DE ARBITRAGEM
PACTUAÇÃO QUE NÃO AFASTA O ACESSO AO PODER JUDICIÁRIO, CONFORME PRECEDENTE DO
STF DECISÃO ANÁLOGA POR ESTE TRIBUNAL QUANDO DA APRECIAÇÃO DA MEDIDA CAUTELAR
PREPARATÓRIA TAMBÉM AJUIZADA PELO ORA AGRAVADO AGRAVO PROVIDO, EXTINGUINDO-SE
O FEITO, SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO, NOS TERMOS DO ART. 267, VII, DO CPC.
1. Interpretação do
contrato que leva à conclusão de que a cláusula elencada pela agravada para o
fim de afastar a convenção de arbitragem apenas
a confirma, referindo-se justamente às situações em que se pretende discutir a
decisão arbitral, por exemplo.
2. "A cláusula de
eleição de foro não é incompatível com o juízo arbitral, pois o âmbito de
abrangência pode ser distinto, havendo necessidade de atuação do poder
judiciário, por exemplo, para a concessão de medidas de urgência; execução da
sentença arbitral; instituição da arbitragem quando
uma das partes não a aceita de forma amigável" (REsp 904813/PR, Rel.
Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 20/10/2011, DJe
28/02/2012).
TJ-PR
- 8856093 PR 885609-3 (Acórdão) (TJ-PR). Data de
publicação: 09/05/2012. Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. MEDIDA
CAUTELAR DE SUSTAÇÃO DE PROTESTO. DUPLICATAS. CONTRATO PARTICULAR DE PERMUTA DE
BEM IMÓVEL POR PRODUTOS AGRÍCOLAS. ALEGAÇÃO PRELIMINAR DE EXISTÊNCIA DE CONVENÇÃO DE ARBITRAGEM. CLÁUSULA. COMPROMISSÓRIA. APLICAÇÃO DA LEI DE Nº 9.307 /96. LEI DE ARBITRAGEM. AFASTAMENTO DA JURISDIÇÃO COMUM PARA SUBMETER À APRECIAÇÃO DA CAUSA AOS
ÁRBITROS CONSTITUÍDOS NOS TERMOS DA LEGISLAÇÃO DE PERTINÊNCIA. EXTINÇÃO DO
PROCESSO, SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO, NOS TERMOS DO ARTIGO 267, VII, DO CPC.
1. Com a alteração do artigo 267,
inciso VII, do Código de Processo Civil, advinda com a entrada em vigor da Lei
nº 9.307, de 23 de setembro de 1996, a pactuação tanto do compromisso como da
cláusula arbitral passou a ser considerado como hipótese de extinção do processo
sem resolução de mérito, o que afasta a lide do âmbito do Poder Judiciário, por
autonomia das partes em instituir a cláusula, ressalvada a hipótese do artigo
33, da referida lei.
2. "Uma das maiores
inovações da Lei de Arbitragem foi imprimir força cogente à
cláusula arbitral. Com a alteração do inc. VII do art. 267 do CPC, a expressão
'compromisso arbitral' foi substituída por 'convenção de arbitragem' e, dessa forma, a eleição de cláusula arbitral passou a configurar uma
das causas para extinção do processo sem julgamento do mérito, afastando,
obrigatoriamente, a solução judicial do conflito."
1 RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.
TJ-SC
- Apelação Cível AC 229611 SC 2011.022961-1 (TJ-SC).
Data de publicação: 30/08/2011.
Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. EMBARGOS DE DEVEDOR.
CONTRATO DE LOCAÇÃO COMERCIAL. CONVENÇÃO DE ARBITRAGEM. PROCEDIMENTO
INICIADO NO JUÍZO ARBITRAL. PARTES VINCULADAS AO TRIBUNAL DE MEDIAÇÃO E ARBITRAGEM QUE
IMPÕE A EXTINÇÃO DO FEITO, SEM JULGAMENTO DO MÉRITO, NOS TERMOS DO ARTIGO 267,
VII, DO CPC. SENTENÇA REFORMADA. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. A eleição da
cláusula compromissória é causa de extinção do processo sem julgamento do
mérito, nos termos do art. 267, inciso VII, do Código de Processo Civil.
Supremo Tribunal Federal. DJe 15/06/2012. Inteiro Teor do Acórdão -
Página 1 de 7.
22/05/2012 PRIMEIRA
TURMA. AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 653.664 RIO. GRANDE DO SUL.
RELATOR: MIN. MARCO AURÉLIO. AGTE.(S) :GENERAL ELECTRIC DO BRASIL
LTDA.ADV.(A/S): JÚLIA RANGEL SANTOS. AGDO.(A/S): TECNIMED PARAMEDICS
ELETROMEDICINA. COMERCIAL LTDA. ADV.(A/S) :JOELSON DIAS E OUTRO(A/S). INTDO.
(A/S) :GE MEDICAL SYSTEMS INFORMATION. TECHNOLOGIES INC. ADV.(A/S): LUIZ
GUSTAVO DE OLIVEIRA RAMOS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO – MATÉRIA FÁTICA E LEGAL. O recurso
extraordinário não é meio próprio ao revolvimento da prova, também não servindo
à interpretação de normas estritamente legais. RECURSO EXTRAORDINÁRIO –
PREQUESTIONAMENTO – CONFIGURAÇÃO – RAZÃO DE SER. O prequestionamento não
resulta da circunstância de a matéria haver sido arguida pela parte recorrente.
A configuração do instituto pressupõe debate e decisão prévios pelo Colegiado,
ou seja, emissão de juízo sobre o tema. O procedimento tem como escopo o cotejo
indispensável a que se diga do enquadramento do recurso extraordinário no
permissivo constitucional. Se o Tribunal de origem não adotou tese explícita a
respeito do fato jurígeno veiculado nas razões recursais, inviabilizado fica o
entendimento sobre a violência ao preceito evocado pelo recorrente. AGRAVO – ARTIGO 557, § 2º, DO CÓDIGO DE
PROCESSO CIVIL – MULTA. Se o agravo é manifestamente infundado, impõe-se a
aplicação da multa prevista no § 2º do artigo 557 do Código de Processo Civil,
arcando a parte com o ônus decorrente da litigância de má-fé. A C Ó R D Ã O.
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Primeira
Turma do Supremo Tribunal Federal em desprover o agravo regimental no recurso
extraordinário com agravo, nos termos do voto do relator e por unanimidade, em
sessão presidida pelo Ministro Dias Toffoli, na conformidade da ata do
julgamento e das respectivas notas taquigráficas. Brasília, 22 de maio de 2012.
MINISTRO MARCO AURÉLIO – RELATOR.
ARE 653.664 AGR / RS.
Este agravo somente serve à sobrecarga da máquina judiciária, ocupando espaço
que deveria ser utilizado no exame de outro processo. 3. Conheço do agravo e o
desprovejo. 4. Publiquem. A agravante, na minuta de folha 2951 a 2957, insiste
no processamento do extraordinário. Salienta ter a matéria natureza constitucional
e estar devidamente prequestionada. Aduz configurada a ofensa ao artigo 5º,
inciso XXXV e § 2º, do Diploma Maior. Conforme sustenta, teria havido afronta
aos artigos 1º, 4º e 8º, parágrafo único, da Lei nº 9.307/96, bem como às
Convenções do Panamá de 1975 (Decreto nº 1.902/96) e de Nova Iorque (Decreto nº
4.311/2002), normas de arbitragem específicas para os contratos internacionais,
por não terem sido aplicadas ao caso. A parte agravada, na contraminuta de
folha 2964 a 2973, aponta o acerto do ato impugnado. É o relatório.
Jurisprudência arbitral.
Corte
homologa 1°. caso no STJ de sentença estrangeira de juízo arbitral(Fonte:
Boletim Eletrônico STJ - Superior Tribunal de Justiça de 19.05.2005) A empresa brasileira Têxtil União S/A, com
sede no Ceará, terá de pagar mais de US$ 900 mil à empresa suíça L'Aiglon S/A,
referente a descumprimento parcial do contrato de compra e venda de algodão
cru. Após examinar, pela primeira vez pedida para homologação de sentença
estrangeira realizada por Juízo arbitral, a Corte Especial do Superior Tribunal
de Justiça (STJ) deferiu a homologação, desconsiderando
a alegação da Têxtil de não ter havido concordância na escolha da arbitragem
para solução do processo, por falta de assinatura. Dois contratos mercantis foram firmados
em 24 de julho de 2000 pela empresa
brasileira e suíça. O objeto era a venda pela L"Aiglon de 500 e
1500 toneladas métricas, respectivamente, de algodão oriundo da África (Senegal
e Costa do Marfim), com a intermediação do agente de vendas Agrenco Sarl. Nos
dois contratos havia cláusula expressa nomeando o Liverpool Cotton Association
- LCA como o tribunal arbitral competente para dirimir quaisquer controvérsias.
Segundo a advogada, a LCA tem mais de 160 anos de existência e responde pela regulação
e arbitragem de mais de 60% de todo o comércio mundial de algodão. Após receber
e pagar metade do algodão comprado, a Têxtil deixou de pagar. Desde outubro de
2000, tanto a L'Aiglon quanto a Agrenco enviaram correspondências solicitando o
pagamento do algodão enviado. Após vários meses sem resposta, a L'Aiglon
sugeriu, então, a devolução da mercadoria. Na correspondência enviada, concedeu
um prazo de 48 horas para a Têxtil responder. Caso contrário, o caso seria
levado para a arbitragem do LCA. Não havendo resposta novamente, a empresa
suíça enviou nova carta informando a escolha do árbitro para a solução do caso,
devendo a Têxtil nomear o seu próprio. Segundo o processo, a Têxtil, por
seu titular, Olmedo Humberto Arciegas-Cuelar, enviou correspondência, escrita e
assinada, apresentando razões de defesa. No documento, alegou que a qualidade
do algodão comprado estava fora dos termos contratuais combinados. Outras
correspondências foram enviadas ao LCA, em defesa da Têxtil. Em nenhum momento,
segundo a defesa da L'Aiglon, a empresa brasileira questionou a competência do
juízo arbitral para a solução do caso. "A Têxtil União participou de todo o processo arbitral,
apresentando de forma ampla sua defesa, não aduzindo em momento algum a
incompetência do juízo ao qual se submeteu, inclusive interpondo recurso",
afirmou a advogada. No recurso de apelação, a Têxtil pediu a intervenção da LCA
para que a L'Aiglon compensasse as perdas causadas pela qualidade do algodão.
Em dezembro de 2002, foi condenada ao pagamento de US$ 910 mil, acrescidos de
juros de mora de 2% ao ano, sobre a taxa de juro preferencial de Nova York,
devendo a correção ocorrer a partir da sentença. Na sentença estrangeira
contestada julgada pela Corte Especial, a L'Aiglon pediu a homologação da
sentença. Em sua defesa, a Têxtil afirmou que não houve concordância expressa
quanto à cláusula compromissória inserta nos contratos parcialmente cumpridos.
Apresentou, ainda, inconformismo quanto ao mérito decidido na sentença arbitral
que, segundo a defesa da L'Aiglon, já transitou em julgado desde 12 de novembro
de 2002, não cabendo mais recurso. A homologação foi deferida. Segundo a
Corte Especial, a Lei 9.307/96
e a Convenção de Nova York de 1958,
ratificada pelo Brasil através do Decreto
Federal nº 4.311/2002, não exigem a assinatura das partes como pressuposto
de validade da cláusula compromissória. Para o Ministro Carlos Alberto Menezes
Direito, se não houve impugnação por parte da Têxtil e há provas das várias
correspondências entre as duas empresas ficaram caracterizadas o conhecimento
da instalação do juízo arbitral, cuja sentença deve ser confirmada. (Processo:
SEC 856).
Compromisso
arbitral - intervenção judicial - Desnecessidade - Cláusula compromissória
estabelecida pelas partes do tipo "cheia", na qual os contratantes
elegem o órgão arbitral e se obrigam a aceitar as normas por ele impostas,
preexistentes e de pleno conhecimento dos envolvidos - Inaplicabilidade do art.
7 da Lei 9.307/96.
ARBITRAGEM - Cláusula existente em
regulamento do órgão arbitral eleito pelos contratantes que considera não
impeditiva para o regular processamento do feito a ausência de assinatura de
qualquer das partes no termo arbitral - Nulidade - Inocorrência - Referido
regulamento que assegura, em qualquer hipótese, o contraditório.
Acórdão
proferido pela 7ª Câmara de Direito Privado do TJSP, Ap 296.036-4/4, em
17.12.2003, rel. Des. Sousa Lima. Apelante: Celso Varga; Apeladas: Câmara de Comércio Brasil-Canadá e outra.
Fonte: RT 824 - junho de 2004 - 93º ano - págs. 211/213.
A parte requerida em um procedimento
arbitral administrado pelo Centro de Arbitragem da Câmara de Comércio Brasil -
Canadá, Celso Varga, apelou da decisão de 1º grau na qual restou declarada a
absoluta pertinência do transcurso da arbitragem. A 7ª Câmara de Direito Privado de Tribunal de Justiça de São Paulo, ao
negar provimento ao recurso, confirmou a validade e eficácia da cláusula
compromissória cheia. Dentre os argumentos do Apelante, destaca-se a
ilegalidade do Regulamento de Arbitragem do Centro de Arbitragem da Câmara de
Comércio Brasil - Canadá, no que diz
respeito à possibilidade de a parte interessada solicitar a instauração do
procedimento arbitral sem o consentimento da parte contrária, podendo o mesmo
ter regular processamento ainda que a esta não assine o termo de arbitragem
(cláusula 5.9). O Apelante pretendia ver declarado nulo a cláusula
compromissória cheia inserida em contrato, que elegera o Centro de Arbitragem
da Câmara de Comércio Brasil-Canadá como instituição responsável pela
administração de eventuais conflitos por arbitragem.
Iniciada a arbitragem, o Apelante recusou-se
a firmar o termo de arbitragem, tentando obstruir o procedimento arbitral, o
qual, todavia, seguiu seu curso conforme disposto na referida cláusula 5.9 do Regulamento
do Centro de Arbitragem. Asseverou o Relator (Des. Sousa Lima) que a cláusula
compromissória combatida é denominada 'cheia', pois os contratantes elegeram o órgão arbitral e se obrigaram a aceitar
as normas por ele impostas, todas preexistentes e do seu pleno conhecimento,
pelo que se deve aplicar no caso em tela o disposto no art. 5º da Lei 9.307/96,
considerando desnecessária a intervenção judicial prevista no art. 7º do mesmo Diploma Legal para firmar o conteúdo do
compromisso arbitral, ou seja, este dispositivo vale para a chamada cláusula
compromissória 'vazia' que só prevê a arbitragem como meio de solução de
controvérsias, sem definir o órgão arbitral e a submissão às suas regras, de
que os autos não cuidam.
Nos termos do voto do Relator, considerando que o Regulamento de
Arbitragem do Centro de Arbitragem da Câmara de Comércio Brasil - Canadá
determina expressamente que mesmo diante da ausência de assinatura qualquer das
partes no termo de arbitragem, o procedimento arbitral terá seu regular
trâmite, assegurando, em qualquer hipótese, o contraditório, não há que se
cogitar em qualquer nulidade, negando-se provimento ao recurso. Acórdão
proferido pela 7ª Câmara de Direito Privado do TJSP. Fonte: RT 824 - 06/04 93º
ano - Pg. 211/213.
PODER JUDICIÁRIO - TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO
ESTADO DE SÃO PAULO.
ACÓRDÃO PETIÇÃO INICIAL - INÉPCIA -
Inexistência - Atendimento a todos os requisitos do Artigo 282, do Código de
Processo Civil e 7", parágrafo primeiro, da Lei n 9.307/96 - Preliminar
afastada.
CITAÇÃO - NULIDADE - Não ocorrência -
Hipótese em que age a empresa instalada no Brasil como representante da pessoa
jurídica estrangeira, tendo poderes, assim, para receber citação em seu nome -
Exegese dos Artigos 12, inciso VIII; 88, parágrafo único; 100, 1V, b, e 215,
parágrafos 1º e 2º, do Código de Processo Civil, e Artigos 119, e 243,
parágrafo primeiro, da Lei das S/A - Preliminar afastada.
CERCEAMENTO DE DEFESA - Alegação de não se
haver dado prazo razoável para exame de documentação - Questão que restou
superada ante a suspensividade atribuída ao recurso de agravo de instrumento -
Preliminar afastada.
AÇÃO
- CONDIÇÕES - Instituição de juízo arbitral - Alegação de falta de legítimo
interesse processual - Acolhimento - Existência de compromisso e procedimento
arbitral validamente instalado perante órgão arbitral institucional livremente
eleito pelas partes - Desnecessidade de intervenção judicial - Lei n.º 9.307/96
- Preliminar acolhida.
ARBITRAGEM - Lei n.º 9307/96 -
Inconstitucionalidade por violação ao Artigo 5º inciso XXXV, da Constituição
Federal - Afastamento - Preceito
constitucional que não impede a renúncia das partes a submeter a questão
litigiosa à apreciação judicial, a qual não excluída, porém, a manifestar-se
sobre a validade do ato - Direito patrimonial disponível - Obediência
ao pacta sunt servanda - Transação entre as partes que atribui à decisão do
laudo arbitral efeitos de ato jurídico perfeito - Recurso provido.
ARBITRAGEM - Cláusula compromissória -
Execução - Existência de acordo prévio em que as partes estabelecem a forma de
instituir a arbitragem, adotando as regras de órgão arbitral institucional, ou
de entidade especializada - Hipótese de cláusula compromissória cheia -
Submissão às normas do órgão, ou entidade, livremente escolhido pelas partes -
Desnecessidade de intervenção judicial a firmar o conteúdo do compromisso
arbitral - Recurso provido.
ARBITRAGEM - COMPROMISSO ARBITRAL -
Diferenciação da cláusula compromissória - Conceituação como submissão de um
Litígio, já existente entre as partes, à arbitragem de uma ou mais pessoas -
Possibilidade da via judicial ou extrajudicial - Recurso provido. Vistos,
relatados e discutidos estes autos de AGRAVO DE INSTRUMENTO n.º 124.2 17.4/O,
da Comarca de SÃO PAULO, em que é agravante RENAULT DO BRASIL S/A, sendo
agravado CARLOS ALBERTO DE OLIVEIRA ANDRADE. ACORDAM, em Quinta Câmara de
Direito Privado do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, por unanimidade
de votos, rejeitar as preliminares e dar provimento ao recurso. Renault do Brasil
S/A, atual denominação de Renault do Brasil Automóveis S/A, e Renault do Brasil
Comércio e Participações Ltda., atual denominação de Renault Comercial do
Brasil S/A agravam de instrumento da r. decisão profenda nos autos da ação de
instituição de juízo arbitral que lhes movem Carlos Alberto de Oliveira
Andrade, C.A. de Oliveira Andrade - Comércio, Importação e Exportação Ltda.
(São Paulo), C.A. de Oliveira Andrade - Comércio, Importação e Exportação Ltda.
(Espirito Santo), CAOA Comércio de Veículos Importados Ltda., Deauvitle
Comércio de Veículos Importados Ltda., CAOA Ceaza Comércio de Veículos Ltda.,
CAOA Norte Comércio de Veículos Ltda. e CONVEF - Administradora de Consórcios
Ltda., pela qual o MM. Juiz a quo indeferiu os preliminares de carência da
ação, inépcia da inicial, nulidade da citação da ré Renault S/A, domiciliada na
França, argüidas em contestação, bem como a litigação de má fé. Insistem os agravantes em seus
argumentos de carência da ação, pela existência de compromisso arbitral já
instalado. Demais haveria cláusula compromissória se compromisso arbitral não
houvesse, permitindo a arbitragem, tudo demonstrando falta de interesse
processual. De outra parte, sobre haver cerceamento de defesa, pois que
se não deflui prazo hábil à ciência do documento juntado na audiência, a
inicial é inepta, deixando-se, ainda, de citar validamente a Ré Renault S/A.
Deferida a liminar até a vinda das informações requisitadas, interpuseram os
agravados agravo regimental. Há contra-razões para manter-se a r. decisão
agravada. A fls. 978/979 requereram os agravados desistência do agravo
regimental, homologada a fI. 981. E o relatório. A inicial não é inepta como arguido pelos agravantes É clara e
precisa, possuindo todos os requisitos do art. 282, do Código de Processo
Civil, e 7, parágrafo primeiro, da Lei n 9.307/96. E a alegada violação
ao artigo 60(??? NÃO EXISTE O ARTIGO 60,
ORIGINAL DA DECISÃO), da Lei 9.307/96 - falta de condição de procedibilidade -
leva à extinção do processo por falta de interesse de agir. Argumentam as
agravantes que haveria vicio citatório, pois a Renault S/A, francesa, não
poderia ser citada na pessoa da Renault do Brasil S/A e de outros procuradores,
fundamentando não ocorrer a hipótese do inciso VIII, do art. 12, do Código de
Processo Civil, nem poderia aplicar-se o art. 119, da Lei das S/A. Contudo, há
de se convir, que a Renault S/A é, pelo menos, coligada da Renault do Brasil
S/A (art. 243, parágrafo primeiro, da Lei das S/A.). E que a agravada CAOA, até
então, representava os interesses da Renault S/A no Brasil. Passou, depois, a
Renault do Brasil S/A, ao ser aqui constituída, a exercer exatamente a função
então atribuída a CAOA (e de forma mais ampla ainda). Assim, os interesses da
Renault S/A, no negócio sob discussão, são geridos no Brasil pela Renault do
Brasil S/A. Claro está, portanto, que a Renault do Brasil S/A age como
representante (ou administradora) da Renault S/A neste País. E, pela
peculiaridade da questão discutida, das obrigações contraídas, é que incide o
parágrafo 30, do art. 12, do Código de Processo Civil. Presume-se, pois, ser a
Renault do Brasil S/A autorizada, pela Renault S/A, a receber citação. E tal
lógica emana do sistema de nossa legislação processual (até por interpretação
analógica), como se lê dos artigos já citados, bem como dos 88, parágrafo
único, 100, IV, "b", V, "b", e 215, §§ 1º e 2º ,do Código
de Processo Civil. Em resumo, porque se não possa permitir óbice, a sua citação
no Brasil, às pessoas jurídicas estrangeiras, em razão de negócios aqui realizados,
para esta hipótese há de se entender incluídas as coligadas (pois que, in casu,
muito se aproxima do conceito de sucursais), entre as figuras do artigo 12,
VIII, § 3 do Código de Processo Civil. Dai por que válida a citação realizada.
No pertinente ao vício de cerceamento de defesa, por não se dar prazo adequado
ao exame da documentação, concedida a suspensividade neste agravo de
instrumento, superada ficou a questão. A circunstância de haver o MM. Juiz a
quo antecipado apreciação dos vícios arguidos pelos agravantes, ao invés de
fazê-lo quando da sentença, não implica em qualquer nulidade. E possibilitou,
sem dúvida, a interposição do presente recurso. As objeções havia mesmo de ser
argüidas e decididas. Os demais temas merecerão análise conjunta. A morosidade
que as normas processuais imprimem ao andamento dos processos, arrastando-os,
seja pelo excesso de recursos, seja pelos permissivos legais tendentes a
impedir cerceamento de defesa, retirou, praticamente, do Poder Judiciário no
âmbito empresarial, as grandes questões, que pela natureza do objeto em jogo
exigem decisões céleres e imediatas, O mundo moderno, como se sabe, está cada
vez mais ágil, mais comunicativo, com variação de câmbio, que não permite
soluções demoradas aos conflitos de interesse. Isso, considerando que também as
causas de pequeno valor, ou aquelas pertencentes ás classes menos abastadas,
que se não vêem protegidas pelo manto da Justiça, seja pela demora, seja porque
custosas em demasia ao resultado da solução, transformou o Judiciário, em um
Judiciário de classe média, onde ausentes, praticamente, as grandes e pequenas
causas. Para essas, projetou-se uma solução mais popular - que lembra, sob
certo aspecto, em alguns casos, ao Judex Pedaneus, do direito romano -, sem
grandes preocupações de formalidade, que estão a se consubstanciar nos juizados
de pequenas causas, como também no Código de Defesa do Consumidor. Quanto às
grandes causas, assim entendidas as de elevado valor, das empresas geralmente
de porte, a globalização, que relativiza a soberania, pois que a lex
mercatoria, trazendo um novo sentido de comunidade, rompendo com as fronteiras
dos países, promoveu, como forma de solução aos litígios, a primeiro nível, a
convenção de arbitragem. Aliás, vê-se já o movimento de desfazimento das
fronteiras entre os países de um mesmo continente, ensejando um direito
supranacional, um Direito Comunitário, como foi acontecer na Europa, com a
criação do direito institucional da união europeia, e de forma ainda
embrionária no MERCOSUL. Certo que a convenção de arbitragem não é coisa nova.
Está, possivelmente, entre as mais antigas do mundo como solução de litígio. E
mesmo o Juízo Arbitral. Apenas para
lembrar, no nosso Pais teve lei própria desde 1850, Decreto-Lei 737 e a Lei
556; a Lei n 1350, de 1866; a par das Ordenações (e da Constituição Imperial de
1824) que, por força da Lei da Boa Razão, vigeu até o Código Civil de 1916.
Mas, certo é, também, que a arbitragem até então instituída em nossa lei (arts.
1037 a 1048, do Código Civil, e 1072 a 1102, do Código de Processo Civil),
tirante algumas hipóteses de convenção estrangeira, raramente logrou êxito no
Brasil. E isso, até por não ser próprio de nossa cultura. Abra-se parêntesis,
aqui, porque se traga à colação o Acórdão proferido no Recurso Especial ri 61
6-RI, Reg. ri 8900098535, Relator originário no Acórdão Mm. Cláudio Santos,
Relator para Acórdão Mm. Gueiros Leite, recorrentes Cia. de Navegação Lloyd
Brasileiro e outras, recorrida AS. Ivarans Rederi, Juízo Arbitral. Carlos
Cordeiro de Mello, julgado em 24 4 90, assim redigido:
Ementa: CLÁUSULA DE ARBITRAGEM EM CONTRATO
INTERNACIONAL. REGRAS DO PROTOCOLO DE GENEBRA DE 1923.
1. Nos contratos internacionais submetidos
ao Protocolo, à cláusula arbitral prescinde do ato subsequente do compromisso
e, por si só, é apta a instituir o juízo arbitral.
2. Esses contratos têm por fim eliminar as
incertezas jurídicas, de modo que os figurantes se submetam, a respeito do
direito, pretensão, ação ou exceção, à decisão dos árbitros, aplicando-se aos mesmos
a regra do art. 244, do CPC, se a fina/idade for atingida.
3. Recurso conhecido e provido. Decisão por
maioria, in RTJ 37/263, que influenciou, sobremodo, a legislação ora vigente.
Segundo entendimento aí esposado, o Protocolo de Genebra de 1923, recepcionado
pelo Decreto ri 21. 187, pelo Brasil, sobre Arbitragem Comercial Internacional,
não distingue cláusula arbitral e compromisso arbitral. Por isso mesmo, em
razão da força vinculante da cláusula compromissória, permite-se a exclusão da
competência judicial para a realização do procedimento arbitral. Note-se que,
em rigor, não se deve falar em competência, pois que de competência não se
trata. O que há é renúncia à via jurisdicional que, entretanto, não fica
excluída a manifestar-se sobre a validade do ato. Contudo, a Lei de Arbitragem
n 9.307/96, vinda em boa hora - que, ao contrário do que muitos pensam,
prestigia o Poder Judiciário, pois, sob certo aspecto, traz de volta a sua
apreciação aquelas causas que dele haviam emigrado -, flexibilizou regras e
ampliou situações, que tornam a convenção de arbitragem operosa e agilizada.
Por isso mesmo, merece prestigiada naquilo em que não fere o sistema pátrio, a
Constituição Federal. A bem dizer, há quem entenda de manifesta
Inconstitucionalidade a Lei n 9.307/96, pois que retiraria do Poder Judiciária
a apreciação da lide (art. 5, XXXV, da Constituição Federal). Mas, o preceito
Constitucional impede que se exclua, porém não que as partes, livremente,
renunciem, a permitir apreciação extrajudicial à questão litigiosa comum.
Havendo transação entre as partes, pois disponível o direito em questão, deve
obediência ao (*1)Pacta
sunt servanda. Nisso não há violência à Constituição. Isso não fere
o due process of law. E, se alguns artigos da lei, valem-se, de equivoca
terminologia, empregando termos técnicos, a tecnicamente, com sentidos diversos
(v.g. sentença e coisa julgada), há de se entender como ato jurídico perfeito e
seus efeitos, o direito adquirido que daí emana, há de se interpretá-los
dando-lhes adequação jurídica correta, como o faria o legislador racional. Nele
buscando a essência do legislador racional. E como tais, podem ser submetidos
ao crivo do Judiciário, como a própria lei prevê. A transação havida entre as
partes atribui à decisão do laudo arbitral não os efeitos da coisa julgada, mas
sim os do ato jurídico perfeito, tornando estável o direito por ele declarado
(direito adquirido). Verifica-se, sem dúvida, nítida influência da Convenção
sobre o Reconhecimento e Execução das Sentenças Arbitrais Estrangeiras, Nova
York, 1958, art. III, mas que há de se adaptar ao sistema constitucional
pátrio, conforme acima interpretado (ver
Convenção Interamericana sobre Arbitragem Comercial Internacional, art. 4,
aprovada pelo Decreto-Legislativo n 90, de 1995, que, ao empregar a expressão
"terão força de sentença judicial definitiva", permite a
interpretação alcançada neste Acórdão). A lei que dispõe sobre arbitragem (Lei
n 9 307/96) - que só permite a submissão a solução de litígios relativos a direitos
patrimoniais disponíveis -, submetendo ao juízo arbitral, mediante convenção de
arbitragem, que é gênero, subdivide-se em cláusula compromissória e compromisso
arbitral. Cláusula compromissória é a convenção, estipulada por escrito,
inserta no próprio contrato em documento apartado que a ele se refira, pela
qual se comprometem as partes a submeter à arbitragem os litígios que possam
vir a surgir, portanto, para o futuro, em relação a tal contrato (art. 4). A
cláusula compromissória, hoje, permite que as partes, em acordo prévio,
estabeleçam a forma de instituir a arbitragem, podendo se reportar às regras de
um órgão arbitral institucional ou entidade especializada, internacional ou
não, quando se obrigam a sujeitar-se as normas por ele ditadas. Podem,
igualmente, estabelecer na própria cláusula ou em outro documento, a forma
convencionada para a instituição da arbitragem (art. 5). Caso não haja acordo
prévio sobre a forma de instituir a arbitragem, por via postal ou por outro
meio adequado de comunicação, deverá a parte interessada a valer-se da cláusula
compromissória, para dar início à arbitragem, intimar a outra para firmar o
compromisso arbitral. Não comparecendo a parte convocada, ou, comparecendo,
recusar-se a firmar o compromisso arbitral, restará à outra parte, em razão da
resistência quanto à instituição da arbitragem, propor, em juízo, ação à
celebração do compromisso arbitral. Tem-se, assim, dois tipos de cláusula
compromissória. Uma, que não prevê as regras sobre a forma de instituição da
arbitragem. Outra, que a prevê. Estas, denominadas completas, ou cheias;
aquelas, vazias. O problema que surge, agora, é saber se, para execução
especificam ambos exigem a via judicial. Duas correntes de pensamento se
formaram. A primeira entende que, havendo cláusula compromissória, resistindo
uma das partes à instituição da arbitragem, a via jurisdici mal se impõe. A
segunda, entendemos que somente ás cláusulas compromissórias vazias é que se
faz mister a intervenção judicial. Isso porque, a cláusula compromissória cheia,
para que se institua a arbitragem, permitem adotarem-se as regras de órgão
arbitral institucional, ou entidade especializada, regras essas que serão
obedecidas a processar-se e instituir o juiz arbitral. E, na cláusula
compromissória cheia permite-se, também, estabelecer algumas das regras
próprias do compromisso arbitral, senão todas. Já a cláusula compromissória
vazia é aquela em que há uma obrigação de instituir-se um compromisso arbitral,
sem, no entanto, existir acordo prévio sobre a forma de instituir-se a
arbitragem. É a antiga cláusula compromissória prevista na legislação pátria
pretérita, hoje dotada de execução específica, como se verifica dos artigos 6,
7 e seus parágrafos, da Lei n 9.307/96. Já naquela, porque escolhido de comum
acordo o órgão arbitral institucional, ou a entidade especializada, cujas
regras exigirão obedecidas, a instituição da arbitragem ocorrerá com a ida ao
órgão ou à entidade escolhida, provocando-o, para estabelecê-la. Não é preciso,
pois, dirigir-se ao órgão jurisdicional competente, porque os termos do
compromisso arbitral a ser instaurado o serão de acordo com as regras do órgão
arbitral institucional ou da entidade especializada. Não há, assim, necessidade
de o juiz estabelecer o conteúdo do compromisso, nem, tampouco, nomear
árbitros, ou árbitro para a solução do litígio. Essa é a novidade do nosso
Direito, no tangente à cláusula compromissória, criada sob a influência do
Protocolo de Genebra, como acima já se especificou. Aliás, por força do Mercado
Comum Europeu, após a promulgação da Lei n 356, de 26 de novembro de 1990, que
trouxe modificações ao Código de Processo Civil italiano, derrogou-a a Lei n
25, de 05 de janeiro de 1994, que, entre outros, modificou o art. 669-octies,
assim redigido cui la controvérsia sia oggetto di compromesso o di c/ausula
compromíssoría, la parte, nei termini di cui ao commí precedenti, deve
not~ficare ali 'a/ira un alto nei qua/e dichiara la propria intenzione di
promuovere ii procedimento arbitra/e, propone la domanda e procede, per quanto
(e spetta, alia nomína de giz arbitri (No caso em que a controvérsia seja
objeto de compromisso ou de cláusula compromissória, a parte, dentro dos prazos
anteriormente previstos, deve notificar a outra através de um ato no qual
declara ci sua própria intenção de promover o procedimento arbitral, propõe a
demanda, e, se lhe disser respeito, à nomeação dos árbitros), equipara cláusula
compromissória ao compromisso arbitral, como ensina ARRUDA ALVJM em seu
parecer, juntado por linha. E, a legislação francesa, lembrada pelos próprios
agravados, guarda similitude no que diz respeito à equiparação italiana (arts.
1442 a 1446, do Código de Processo Civil francês, assim redigidos: La clause
compromissoire est la convention par laquei/e les parlíes à un contrai séngagement
à soumettre à / 'arbitrage les íztiges quí pourraient naitre relativement à ce
contraí (art. 1442) La cíause compromissoíre do ii, à pezne de nuílité, étre
stípuíée par écrit dans la convention ou dans un document auquel cel/e-ci se
réjêre. Sous ia méme sancíion, Ia clause compromissoíre dou, sou désigner (e ou
les arbitres, soit prévoir les modalités de /eur déstgnatíon. (art. 1443). Si,
(e liuíge né, ia constutucion du tribunal arbitral se heurte à une dtfficu/té
du fait de / 'une des pauzes ou dans ia mise en oeuvre des moda/ités de
désignatíon, íe président du tribunal de grcznd instance dészgne le ou les
arbitres. Foutefois, cette désignation estfaite par le président du tribunal de
commerce si la conventton 1 'a expressément prévu. Si la clause compromissoire
est, sou man~festement nu//e, suit insuffisante pour permettre de constituer le
tribunal arbitral, /e présídent le constate et déc/are n 'y avoir lieu à
désignation. (art. 1444). Le /itige est soumis au tribunal arbitral, soU
conjointement par les parties, soit par la partie la plus diligente. (art.
1445). Lorsqu 'el/e est nu//e, la c/ause compromissoire est réputée non écrite.
(art. 1446). Vem a propósito, citar aqui, a autonomia prevista no art. 8, da
nossa Lei de arbitragem, pertinente a cláusula compromissória em relação ao
contrato em que estiver inserta, de tal sorte que a nulidade deste não implica,
necessariamente, a nulidade da cláusula compromissória. Isso porque, seu
parágrafo único, atribuindo ao árbitro decidir de oficio, ou por provocação das
partes, as questões a respeito da existência, validade e eficácia da convenção
e do contrato, dá atribuição ao próprio árbitro de decisão, independentemente
de intervenção judicial. E se é ao árbitro, significa já estar instituído o juízo
arbitral. Ora, se houver de instituir-se a arbitragem pelo juiz, claro está que
a ele competiria a declaração da nulidade e dos demais vícios, da própria
convenção de arbitragem inclusive. Por seu turno, o compromisso arbitral é a
convenção pela qual, já havendo um litígio, submetem-se as partes á arbitragem
de uma ou mais pessoas. E pode ser judicial ou extrajudicial. Aquele,
tomando-se por termo nos autos perante o juiz ou tribunal competente, estando
em curso a demanda. Este último, celebrado por escrito particular, assinado por
duas testemunhas, ou então por instrumento público. E no compromisso arbitral
há cláusulas obrigatórias, aquelas constantes do art. 10, da Lei de Arbitragem,
e facultativas (art. 11) Vê-se, pois, que a cláusula compromissória se diferencia
do compromisso arbitral, por ser este, sempre, a submissão de um litígio, já
existente, à arbitragem. Enquanto que a cláusula compromissória é uma
promessa, um compromisso, que as partes se submetem na hipótese de haver
litígios. Dai a necessidade de no compromisso arbitral constar sempre as
cláusulas obrigatórias, pois que é forma de resolver o litígio já instaurado.
No caso em questão, discute-se a cláusula 36, do Instrumento Particular de
Convenção de Perícia Contábil avindo entre as partes, assim redigida: 3.6. Se,
de qualquer forma, não puderem alcançar um consenso, se obrigam a se sujeitarem
a uma ARBITRAGEM, segundo as regras da Câmara Internacional de Comércio, ou
outra entidade de igual renome e tradição que as Partes venham, por mútuo acordo,
a indicar, tudo nos termos, forma e efeito da referida Lei 9.307, de 23 de
setembro de /996, tomando por base econômico-financeira o Laudo Arbitral e, por
base jurídica, o Protocolo firmado em 27 de janeiro de 1996, e as razões
jurídicas que as Partes puderem então demonstrar de forma consistente e por
escrito. (documento 07). Antes, acordaram as partes, para definição do modus
operandi que adotariam para a consecução de um instrumento de trabalho
(Quesitos de Divergências), submeter à COOPERS & LYBk4LND e/ou .4RTHUR
ANDERSEN (Perito Contabil a fim de valorarem e quantificarem, de acordo com a
documentação pelas empresas apresentadas, os lançamentos de créditos e débitos,
bem assim a correção, a pertinência e o valor dos pleitos que ,ríver cada uma das
Partes a apresentar contra a outra, de modo livre e amplo, e mesmo que já
submetidas como questões das ações judiciais em curso perante, respectivamente,
a li Vara Cível, Processo n 693/9 7, e a 26 Vara Cível, Processo n 2271/9 7,
ambas do Foro Central de São Paulo. Ajustaram, ainda, que ao ponto contábil não
caberia formular hipóteses ou fazer estimativas que extrapolem o caráter
objetivo da sua atividade, salvo se decorrente de expressa previsão legal ou
convencional. E estipularam, também, as seguintes condições: 3.1. Em tantos
dias, contados desta data (25.08.98) as Partes se reunirão para apresentarem-se
os QUESITOS de DIVERGÊNCIA que deverão, nos dez dias subsequentes, submeter ao
Perito Contábil. 3.2. Em boa fé, as Partes tudo farão para que o trabalho do
Perito Contábil possa se produzir em até cento e vinte dias, que poderão ser
prorrogados por solicitação do Perito Contábil, exclusivamente. 3.3. O Perito
Contábil concluirá seu trabalho, opinando em Laudo Contábil sobre a
consistência, pertinência, procedência e valor dos Quesitos de Divergência
formuladas. 3.4. Nos trinta dias subsequentes à entrega do Laudo Contábil, as
Partes poderão se manifestar sobre as considerações constantes do Laudo
Contábil, devendo o Perito Contábil justificar, de forma escrita e consistente,
suas respostas. 3.5. Nos trinta dias que se seguirem ás respostas, as Partes
deverão se reunir, para se ajustarem quanto à conclusão do Laudo Conta ii, e se
pactuarem quanto à forma e o tempo de o executarem. (documento 07). A primeira
ressalva a ser feita, está em ler-se Perito Contábil, onde consta, na cláusula
3.6, Laudo Arbitral. Nisso, estão agravantes e agravados de acordo. Com haverem
as partes avençado perito contábil certo (CO OPEAkS & LYBRAND e/ou ARTHUI?
ANDEASEN), como se lê do Termo de Aditamento ao instrumento Particular de
Convenção de Perícia Contábil, as empresas de auditoria nominais na cláusula
2.! do Instrumento Particular de Convenção de Perícia Contábil apresentaram
conflito de interesses para a prestação do serviço de peritagem objeto da
convenção. Por isso mesmo, concordaram com a substituição daquelas empresas de
auditoria por duas outras que de comum acordo indicariam no prazo de /0 (dez)
dias contados a partir da data desta avença e as quais seriam endereçadas cartas
convite para conhecimento do escopo da perícia e apresentação de propostas para
realização dos serviços (ver documento 08). Ocorre, entretanto, como se denota
da leitura da Ata de Reunião realizada em 22 de março de 1999 (documento 10),
que, até então, as partes não haviam definido as empresas de auditoria para a
perícia contábil. Mas, se reuniram para a tentativa de fixação de
convergências, designando o dia 07 de abril de 1999, como data para a última
reunião para tentativa. Antes, diga-se, em outubro de 1998, as partes haviam
apresentado Quesitos de Divergência, sem contudo, êxito, pois que o grupo
Renault não teria aceitado os quesitos das agravadas. Em 07 de abril de 1999,
inviabilizou-se a solução amigável, só restando, então, conforme a posição das
partes, a arbitragem. Firmadas as premissas acima, apreendido tratar-se a
cláusula 3.6 de cláusula compromissória cheia., podem-se alcançar as ilações de
que, primeiro, a convenção de arbitragem, primitivamente, dependia da
realização da perícia contábil, que funcionava, então, como cláusula
suspensiva. Segundo, em razão da impossibilidade da perícia, esta
realizar-se-á, pois que as partes não chegaram a um consenso, de acordo com as
regras da Câmara de Comércio Internacional, aceitas pelas partes. Assim, a
nomeação dos peritos há de se fazer pelas regras do órgão arbitral
institucional escolhido. Terceiro, havendo acordo prévio sobre a forma de
instituição da arbitragem, pois que escolhida a Câmara de Comércio
Internacional, claro está que os árbitros merecerão por ela nomeados, segundo
suas regras. O art. 5, cc. art. 10, 11, ambos da Lei de Arbitragem, permitem a
indicação de árbitro pela entidade escolhida. E isto é possível na cláusula de
compromisso arbitral, como já exposto acima. Quarto, não houve resistência
quanto à instituição da arbitragem. Ao contrário, ambas as partes pretendem
instituí-la. O que as agravadas não querem aceitar, na verdade, é o órgão
arbitral institucional escolhido, ou os peritos. Quinto, transcende, aqui,
apreciados, eventuais vícios de validade ou de instituição da arbitragem, por
violarem a lei eleita, objeto que serão do juízo de deliberação. Deve-se dizer,
agora, que se não notificou às agravantes da intenção de dar-se início à
arbitragem, porque não havia resistência quanto a sua instituição, visto que
instituído já estava pela Câmara de Comércio Internacional. O que havia era
discordância de como instituir-se a arbitragem. Logo, inócua seria a
notificação. Eis por que merece reformada a r. decisão agravada, julgando-se extinto
o processo, por falta de interesse processual, ex vi do art. 267, incisos VI e
VIT, do Código de Processo Civil, condenando os agravados no pagamento das
despesas processuais e verba advocaticia arbitrada essa, levando em conta o
trabalho realizado e o nome dos profissionais em 20% (vinte por cento) sobre o
valor atribuído ã causa. Posto isso, dão provimento ao recurso, nos termos do
V. Acórdão. O julgamento teve a participação dos Desembargadores SILVEIRA
NETTO, Presidente, com declaração de voto em separado, e MARCO CÉSAR, com votos
vencedores. São Paulo, 16 de setembro de 1999. RODRIGO DE CARVALHO Relator
DECLARAÇÃO DE VOTO VENCEDOR AGRAVO DE INSTRUMENTO N.o. 124.217.4/O VOTO N0
8.581 Tenho em mãos exemplar do voto do eminente Desembargador Relator, cópia
gentilmente cedida, no qual Sua Excelência delibera para rejeitar as
preliminares, mas acolher, no tema de fundo, o recurso, dando por extinto o
processo, com julgamento na forma do disposto no artigo 267, VI e VII, do
Código de Processo Civil, condenando os vencidos nas verbas da sucumbência.
Estive atento ao pronunciamento do ilustre Segundo Desembargador Julgador, cujo
voto agora proferido concorda absolutamente com a orientação abraçada no
anterior. Recebi, ainda, diversos trabalhos de fôlego a respeito do assunto ora
em estudo ordenados pelas partes interessadas, quer de elaboração de seus
brilhantes Advogados, quer de ilustres Juristas, aos quais dei toda atenção não
só pela origem, autoridade, conhecimento, posição que ocupam no mundo jurídico
e pela admiração que tributo a todos os que já se manifestaram como também
levado pelo prazer de estudar assunto novo e incomum, que se tomou nas mãos dos
renomados Mestres mais palpitante, o que sempre é recompensador. Passo ao meu
voto. Em rapidíssima abordagem, tem-se da petição inicial da ação de
instituição de juízo arbitral, fls. 244/280, que Carlos Alberto de Oliveira
Andrade e Outros, então requerentes e ora agravados, apresentaram contra
Renault do Brasil S.A. e Outros, então requeridas e ora agravantes, a narrativa
de diversos negócios de envolvimento pelas partes e o inconformismo pela forma
em que se desenvolveram as relações consequentes deles, quando procurou-se
solução, entre outras, em Protocolo, instrumento escrito em 27.1.1996, para preservar
as relações jurídicas até então existentes e indenizar os agravados pelos danos
que experimentaram (caráter compensatório): entretanto, um outro Protocolo,
estranho aos agravados, efetivado entre Renault do Brasil S.A. e Estado do
Paraná, celebrado em março de 1996, viria ocasionar alteração nos resultados a
colher e esperados pelo anterior e entre os agravados e agravantes, ou alguns
deles - mas alcançando a todos pelo largo entrelaçamento de interesses, em
complexa tessitura de natureza comercial - em desfavor dos agravados, do que
postos litígios judiciais que terminaram em transação para "sujeição das
questões existentes a uma arbitragem", nos limites que expostos em
documento próprio, lis. 259, concluindo-se que os acertos comerciais deveriam
ser vistos sob as lentes do Protocolo de janeiro de 1996 e os deles
decorrentes, em convenção de arbitragem (fls. 260), o que se traduziu no
instrumento de lis. 108/110, com especial destaque, aqui, para o item 3.6, lis.
109 Mesmo assim as relações entre partes não tiveram seguimento pacifico (clima
de divergência, lis 272), desembocando no Tribunal Arbitral, lis. 273. É aqui é
oportuno lembrar que as partes não se ajustaram, antes forte é o desencontro, a
respeito das tratativas havidas quanto à arbitragem, alinhando-se compromisso
arbitral ou cláusula compromissória em campos de entendimento conflitantes, no
interessante à doutrina ou ao caso concreto. Mediante o exposto e o que mais
consta da já referida petição inicial e documentos que a acompanham, querem, os
agravados, na ação de instituição de juízo arbitral, audiência visando
compromisso arbitral, citação das agravantes, sendo oportunamente proferida
sentença que valha como compromisso arbitral, nomeação de árbitros e declarada
a instituição do Tribunal Arbitral. Entre outros temas, que afetam aspectos
processuais, ou despacho recorrido endereçou a inexistência de compromisso
arbitral eficaz, fls. 24/29. Certo que a defesa desenvolvida pelos agravantes
entende que o Protocolo consolidado já continha o compromisso arbitral, desde
que ocorrera manifestação das partes contratantes para firmar sua intenção e
garantido por cláusula compromissória cheia. Inútil trazer, neste passo, largo
estudo a respeito do Juízo Arbitral e sua posição atual no Direito Brasileiro,
posto que tais pontos delineados e aclarados nos autos, especialmente o que diz
com a cláusula compromissória e o compromisso arbitral, em face ao estatuído no
artigo 70, da Lei número 9.307/96. Tanto
quanto, agora, de segunda linha especificar os campos sobre os quais não há
controvérsia, também já expostos longamente, tais como a intenção do uso do
juízo arbitral (que vinha desde a transação feita junto aos litígios pendentes
entre partes, quando se teve em andamento a Convenção de Perícia Contábil), a
não execução do que se convencionou denominar laudo contábil, parte como
resultado da não aceitação dos quesitos de divergência, bem como o campo de
atuação dos peritos contábeis e aquele que seria considerado na hipótese de
arbitragem, suas regras e por qual entidade, especialmente o que vem na
Cláusula 3.6. Também de pouca valia recordar em minúcias a reduzida harmonia
que se retrata em reunião de 22 de março de 1999 e o estabelecimento da data de
7 de abril de 1999 como final para as tentativas de composição que vinham
sempre emperradas. Segue-se indagar como meio de solução para a presente
pendência: Poderia as agravantes proceder da forma em que dispuseram junto à
Câmara de Comércio Internacional para firmar o Tribunal Arbitral e segundo as
tratativas levadas a efeito anteriormente entre partes, em especial na cláusula
3.6 referida? Ou, por outro lado, agiram os agravados jurídica e adequadamente
ao intentarem ação de instituição do juízo arbitral? Sem discorrer sobre as
virtudes ou as possíveis falhas da legislação brasileira, ainda recente, temos
a convenção de arbitragem através da cláusula compromissória e o compromisso
arbitral, visando solução de pendências que envolvem direito patrimonial
disponível. Para o primeiro caso estão contempladas as situações litigiosas que
possam vir a existir em face de determinada situação entre interessados
(contrato ou negócio de resultado patrimonial). A cláusula compromissória, que
será por escrito pode conter as regras para a instituição e processamento da
arbitragem; havendo resistência para a instituição da arbitragem, a parte
interessada poderá requerer a citação da outra para comparecer em juízo,
lavrando-se compromisso Não há dificuldade em se concluir, segundo a doutrina e
no exame da própria lei, dois tipos de cláusula compromissória:
1) A simples, sem outras considerações,
senão afirmar que as partes negociantes pretendem, em caso de litígio no
envolvimento de seus interesses, servir-se do arbitramento;
2) E outra, mais completa, já indicando
entidade, regras e forma convencionada para a instituição da arbitragem, que
pode ser identificada no artigo 50 da lei de regência nacional. Cabe, neste
passo, recordar o disposto no artigo 85, do Código Civil, servindo como
diretriz para a melhor compreensão daquilo que ajustado entre partes. Bem, como
advertir que se deve estar atento aos diversos Princípios Jurídicos que são da
essência da Lei de Arbitragem, como os Princípios da Autonomia da Vontade, da
Boa-Fé, o informador do Processo Judicial, da Autonomia de Cláusula
Compromissória, entre outros, bem conhecidos dos estudiosos do assunto. Ora,
inegável que as partes, no caso tinham se inclinado pelo segundo tipo entre os
dois acima indicados. A redação do item 3 6 do Instrumento de Convenção de
Perícia Contábil (sem desvirtude em seus desdobramentos) não enseja incomum
dificuldade para dar o sentido do que propõe, segundo modestamente penso.
Estabelece a cláusula compromissória para a adoção da arbitragem, e, ao mesmo
tempo, indica regras ou entidade para o desenvolvimento da arbitragem, limites
ou campo de atuação. Tudo bem específico. No instrumento particular em que
consubstanciada a vontade dos contratantes visava-se como afirma seu título,
convenção de perícia contábil e com efeitos regulados pela Lei no 9.307/96;
tudo para a execução do combinado e lançado em outro instrumento particular e
transação, havendo referência ainda a um terceiro, de compra e venda de ações
Negócios e ajustes que se seguiram sempre entrelaçados. O pactuado dispõe,
inicialmente, sobre regras para a elaboração do trabalho contábil, que,
levantado, seria estudado pelas partes para a ele se ajustarem, seguindo-se
estipulação quanto à execução do mesmo. Entretanto, conjecturou-se naquela
oportunidade não ser alcançado ponto convergente. É o que está no item 3.6. E
na divergência a solução pela arbitragem. Qual a forma de não haver consenso?
Apresentam-se dois caminhos: 1) O Laudo Contábil preparado e as partes não
conseguindo se ajustarem à suas conclusões, forma e tempo de o executarem; o Laudo
Contábil preparado, as partes de acordo com suas conclusões, mas dissentindo
quanto à forma e o tempo de o executarem; e outras variações possíveis dentro
dos elementos invocados. Todavia, em todos os aspectos deste caminho, sempre
com a existência do Laudo Contábil; 2) Inexistência do Laudo Contábil, que é o
acontecido. Para a primeira hipótese, caso alcançada, as partes se sujeitavam à
arbitragem. Para a segunda hipótese, lavrada a mais completa divergência, a
arbitragem é também o caminho escolhido. Somente inútil a arbitragem no
concerto, evidente. No aspecto não há oposição, pois ambas pugnam pelo Juízo
Arbitral. A intenção sempre foi adotar a arbitragem. Assim está disposto no
ajuste. Poder-se-ia pretender que faltaria disposição para a arbitragem na
medida em que inexistente o Laudo Contábil, sua base econômica financeira. Não
é a correta leitura que se pode fazer do apalavrado, posto que a falta do Laudo
Contábil não se mostra barreira à arbitragem, não havendo consenso, tal pode
originar-se a partir de eventuais divergências quanto ao conteúdo ou conclusão
do Laudo Contábil, ou exatamente porque não se conseguiu a elaboração do mesmo.
O que permanece é a falta de anuência e resulta que há de ser resolvida pela
arbitragem. Diferente não é o caminho traçado e pouca importância que não haja
Laudo Contábil, posto que os elementos que levam à sua elaboração, base
econômico-financeira que será a da arbitragem, são conhecidos e constam de
documentos em poder das partes A falta do Laudo Contábil eqüivale à falta de
beneplácito, permitindo-se acionar o Juízo Arbitral. Ao marcar arbitragem
ficaram designadas para tanto as regras da Câmara internacional de Comércio.
Havia, na oportunidade em que as coisas estavam sendo postas, unanimidade:
escolha, pelos contratantes, da Câmara Internacional de Comércio. Bem ou mal,
com vantagem ou desvantagem, a eleição se fazia de forma livre e direta.
Lavrou-se, em seguida, a possibilidade de indicação de outra entidade, por
mútuo acordo. Segue-se que as partes estavam, em princípio, ajustadas com as
regras da Câmara Internacional de Comércio; havia conformidade. Todavia, outra
entidade poderia ser escolhida, de comum atenção. Vale dizer, uma outra
posição, a qual, como evidente e por lógica, somente poderia ter existência depois
de denunciada ou descartada a primeira das tratativas. Na hipótese de haver
divergência no aspecto, duas situações aparecem: 1) Prevaleceria o que acordado
inicialmente, ou seja, regras da Câmara Internacional de Comércio para a
arbitragem, com seus desdobramentos, 2) Outra entidade seria escolhida em
aliança. Este aspecto somente seria possível de solução no próprio juízo
arbitral, que diria de sua competência, como preliminar mesmo da sua formação e
legitimidade. De qualquer forma, não há fugir à intenção marcada de arbitragem;
como não há como escapar à vontade do uso das regras da Câmara Internacional de
Comércio, legitimando o seu uso, ao menos em principio e colocando-a na posição
de examinar, repita-se, de sua competência. Oportuno, no aspecto, lembrar o
seguinte trecho da obra ARBITRAGEM PRIVADA [NTERNACIONAL NO BRASIL, da autoria
de BEAT WALTER RICHIESTE[NER, Ed. RT, 1997, págs. 50/51: LE primeiro lugar, o
próprio tribunal arbitral é sempre quem decide sobre a validade jurídica da
convenção de arbitragem, bem como sobre sua competência para julgar a lide,
sujeita à sua apreciação jurídica Tais princípios básicos, hoje são os
geralmente aceitos no tocante á arbitragem internacional. A convenção de
arbitragem necessita preencher determinados requisitos materiais e formais para
que o tribunal arbitral possa firmar a sua competência em julgar a lide, objeto
da convenção de arbitragem. Uma lide deve ser suscetível de arbitragem, ou
seja, capaz de ser objeto de um procedimento arbitral. Eis o requisito material
básico para a validade de uma convenção de arbitragem" Ao se estabelecer a
forma de arbitragem, com a escolha clara das regras da Câmara Internacional de
Comércio, a estipulação contratual que rezava sobre aplicação da Lei Brasileira
e com eleição de foro para a Comarca de São Paulo, ocorrendo a arbitragem,
certamente, por incompatíveis com o ajustado deixava de ter força.
Especialmente porque estavam todos os instrumentos sendo assinados na mesma
data, compreende-se, no mesmo instante. Assim, cláusulas que possam se mostrar
conflitantes, devem ser interpretadas e estudadas na sua particularidade e não
na generalidade do combinado. O princípio contratual dominante, sem dívida, o
arbitramento. E sob tal enfoque afastadas as disposições que têm pouca afinidade
com a marca vinculativa do que vinha sendo acordado. Na conhecida obra de
CARLOS ALBERTO CARMONA, tantas vezes mencionada nos estudos levados a efeito,
tem-se de (is.28: 'Faz-se mister frisar que as 'regras de direito' a que se
refere o artigo. 20, § 1º, são tanto de direito material quanto processual:
nada impede que as partes criem regras processuais específicas para solucionar
o litígio, reportem-se às regras de um órgão arbitral institucional ou ainda
adotem as regras procedimentais 4e um código de processo civil
estrangeiro". De seu turno, JOSE ANCHIETA DA SILVA, na obra ARBITRAGEM DOS
CONTRATOS COMERCIAIS NO BRASIL, Ed. Livraria Dei Rey, Belo Horizonte, 1997,
págs. 20/21, esclarece: "Na arbitragem, e nesta linha, podem as partes Convencionar
a adoção dos princípios gerais de direito, usos e costumes e regras
internacionais de comércio. Quanto aos primeiros, a lei está a repetir
preceitos consagrados no Código Civil Brasileiro e no Código de Processo Civil
Quanto às regras internacionais de comércio', o legislador não faz nenhuma
restrição se trata de convenção formal (regras) ou não, permitindo inferir que
tais regras sejam, de fato, quaisquer regras, inclusive aquelas referentes a
usos e costumes alienígenas, mas aplicáveis à espécie, isto é, em cada caso
concreto. Não é uma norma geral. Nesta “parte, se tratasse do processo judicial
tradicional, dificilmente seria admitida tal aplicação”. Segundo as regras,
expressão do item 3.6 discutido, tem como seguimento que a arbitragem se fará
junto à escolhida, Câmara Internacional de Comércio. Outra derivação não se
legitima, porque não há sentido em se escolher entidade diversa para que o
mesmo aplique as regras que são de outra e não suas, ou tampouco escolher as
regras de certa entidade para serem aplicadas por outras. A lógica e o razoável indicam que a eleição, quão se limita às
regras, mas segue adiante e implica em aceitar também a liberdade que as ditou.
Submeter-se às regras de arbitragem de certa entidade significa abraçá-las em
todos os seus aspectos, inclusive acatar a possibilidade de indicação de
árbitros, local do arbitramento e outros. Confira-se na obra
ARBITRAGEM, de TARCÍSIO ARAUJO KROTZ, Ed. RT. 1997 pág. 66: "A arbitragem
contratual, na realidade, não é uma instituição jurídica organizada pelos
legisladores, mas fruto do Direito obrigacional. Trata-se de expressão máxima
da autonomia da vontade ao permitir que as próprias partes, assim, como
regulamentaram a formação de seu negócio jurídico, solucionem as suas
pendências através da forma e procedimento que melhor lhes aprouver. As partes
poderão estabelecer critérios particularizados, porque conhecem melhor do que
ninguém sua realidade litigiosa, no dizer de Betti, o 'momento dinâmico da
ordem jurídica','. É o quanto basta para a solução que aqui se exige. Firmado o
descompasso nada impedia que se desse seguimento ao ajustado, isto é, a
instauração do compromisso, em atendimento à cláusula compromissória. E assim
porque esta cláusula compromissória guardava todos os elementos do compromisso,
restando, unicamente, a formalização do derradeiro, possível pelo meio
escolhido. Todos os elementos acima estão melhor expostos e com raciocínio
fundamentado no voto do eminente Desembargador Relator. Outrossim, os estudos
trazidos e a doutrina neles apontada indicam com firmeza a cláusula
compromissória dentro dos contornos do compromisso, dispensando o procedimento
do artigo 70, da Lei n. 9.307/96. O exame dos demais aspectos colocados no
pleito recursal não trazem modificação ao resultado acima imprimido. E os temas
como inépcia da petição inicial, nulidade da citação, cerceamento de defesa,
inexistência de legitimo interesse processual, violação ou no ao conteúdo do
artigo 50, XXXV, da Constituição Federal de 1988 encontram-se bem solucionados
no r. voto antes mencionado, dispensado acréscimos. Nada há para aduzir quanto
às verbas da sucumbência. Em suma, o meu voto acompanha o resultado dos já
proferidos. SILVEIRA NETO.
Jurisprudência.
CURSO DE FORMAÇÃO DE ÁRBITROS PARA TRIBUNAL DE ARBITRAGEM. PROPAGANDA ENGANOSA. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. REVELIA. EFEITOS.
CURSO DE FORMAÇÃO DE ÁRBITROS PARA TRIBUNAL DE ARBITRAGEM. PROPAGANDA ENGANOSA. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. REVELIA. EFEITOS.
Tendo sido reconhecida a responsabilidade
civil da associação e das pessoas físicas que promoveram o curso de formação de
árbitros, em virtude dos efeitos decorrentes de sua revelia, impondo sê-lhes o
dever de restituir a importância paga e de reparar danos morais decorrentes da
propaganda enganosa, fixando-se soma global de R$ 4.8000,00 a título de
indenização, não há como pretender elevar o valor relativo aos prejuízos
extrapatrimoniais, porque, dependendo estes de arbitramento judicial, não resta
o julgador vinculado ao pedido da inicial, já que meramente estimativo. Por
outro lado, tampouco há de se fazer retroagir a incidência de correção
monetária relativa à restituição dos valores despendidos com o curso, porque o
valor arbitrado judicialmente supera em muito a correção incidente sobre o
valor pago (R$ 1.200,00), mesmo a considerar-se contemplar também o dano
moral. Sentença confirmada por seus próprios fundamentos.
ACÓRDÃO.
Vistos, relatados e discutidos os autos. Acordam os Juízes de Direito integrantes da Terceira Turma Recursal Cível do Juizado Especial, à unanimidade, em NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.
Vistos, relatados e discutidos os autos. Acordam os Juízes de Direito integrantes da Terceira Turma Recursal Cível do Juizado Especial, à unanimidade, em NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.
Participaram do julgamento, além do
signatário, os eminentes Senhores DRA. MARIA JOSÉ SCHMITT SANTANNA (PRESIDENTE)
E EUGÊNIO COUTO TERRA. Porto Alegre, 23 de novembro de 2004.
DR. RICARDO TORRES HERMANN, Relator.
RELATÓRIO (Oral em Sessão.) VOTOS DR. RICARDO TORRES HERMANN (RELATOR)
A sentença merece ser confirmada por seus
próprios fundamentos. E, na forma do disposto no art. 46, da Lei nº 9.099/95: o
julgamento em segunda instância constará apenas da ata, com a indicação
suficiente do processo, fundamentação sucinta e parte dispositiva.
Se a sentença for confirmada pelos próprios
fundamentos, a súmula do julgamento servirá de acórdão. Acrescento, em face das
razões recursais, as seguintes considerações: tendo sido reconhecida a
responsabilidade civil da associação e das pessoas físicas que promoveram o
curso de formação de árbitros, em virtude dos efeitos decorrentes de sua
revelia, impondo sê-lhes o dever de restituir a importância paga e de reparar
danos morais decorrentes da propaganda enganosa, fixando-se soma global de R$
4.8000,00 a título de indenização, não há como pretender elevar o valor
relativo aos prejuízos extrapatrimoniais, porque, dependendo estes de
arbitramento judicial, não resta o julgador vinculado ao pedido da inicial, já
que meramente estimativo. Ademais, o valor da indenização por danos morais deve
respeitar aos princípios da proporcionalidade e da razoabilidade, sob pena de
representar enriquecimento indevido da parte ofendida. No caso dos autos,
absolutamente fora de propósito seria elevar o valor da indenização a título de
danos morais para patamar equivalente a trinta salários mínimos, hoje R$
7.800,00, porque com esse montante são indenizadas ofensas pessoais de
gravidade incomensuravelmente maiores. Por outro lado, tampouco há de se fazer
retroagir a incidência de correção monetária relativa à restituição dos valores
despendidos com o curso, porque o valor arbitrado judicialmente supera em muito
a correção incidente sobre o valor pago (R$ 1.200,00), mesmo a considerar-se
contemplar também o dano moral. Ocorre que, tendo o valor sido arbitrado
judicialmente, já contemplou ele a correção monetária da parcela relativa à
restituição do valor pago, que retroage à data do desembolso, restando a
diferença para a compensação dos danos morais. Vale salientar, inclusive, que a
incidência de correção monetária fixada sobre o valor arbitrado sequer deveria
incidir desde a data do ajuizamento da ação, como dispôs a sentença, mas sim
deveria fluir da data da sentença como reiteradamente vem decidindo o e. STJ.
Contudo, não havendo recurso dos réus, não há como corrigir neste ponto o
decisum. Voto, pois, no sentido de NEGAR-SE PROVIMENTO AO RECURSO, condenando o
recorrente ao pagamento das custas processuais e dos honorários advocatícios
que fixo em 20% sobre o valor da causa, suspendendo, no entanto a exigibilidade
dos ônus sucumbenciais, em face de o recorrente desfrutar do benefício da AJG.
UNÂNIME. NEGARAM PROVIMENTO AO RECURSO. EUGÊNIO COUTO TERRA - De acordo. DRA.
MARIA JOSÉ SCHMITT SANTANNA (PRESIDENTE) - De acordo. Juízo de Origem: JUIZADO
ESPECIAL CIVEL PORTO ALEGRE - Comarca de Porto Alegre
Ementa: PROCESSO CIVIL. JUÍZO ARBITRAL.
CLÁUSULA COMPROMISSÓRIA. EXTINÇÃO DO PROCESSO. ART. 267, VII, DO CPC. SOCIEDADE
DE ECONOMIA MISTA. DIREITOS DISPONÍVEIS. 1. Cláusula compromissória é o ato por
meio do qual as partes contratantes formalizam seu desejo de submeter à
arbitragem eventuais divergências ou litígios passíveis de ocorrer ao longo da
execução da avença. Efetuado o ajuste, que só pode ocorrer em hipóteses
envolvendo direitos disponíveis, ficam os contratantes vinculados à solução
extrajudicial da pendência. 2. A eleição da cláusula compromissória é causa de
extinção do processo sem julgamento do mérito, nos termos do art. 267, inciso
VII, do Código de Processo Civil. 3. São válidos e eficazes os contratos
firmados pelas sociedades de economia mista exploradoras de atividade econômica
de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços (CF, art.
173, § 1º) que estipulem cláusula compromissória submetendo à arbitragem
eventuais litígios decorrentes do ajuste. 4. Recurso especial
provido. Tribunal: STJ - Data da Publicação/Fonte: 8/6/2007 .
Processo: REsp 606345 / RS ; RECURSO ESPECIAL2003/0205290-5. Relator: Ministro
JOÃO OTÁVIO DE NORONHA (1123). Ó órgão Julgador: T2 - SEGUNDA TURMA.
Acórdão: Vistos, relatados e discutidos
os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Segunda
Turma do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, dar provimento ao
recurso nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Castro
Meira, Humberto Martins, Herman Benjamin e Eliana Calmon votaram com o Sr.
Ministro Relator. O Dr. Marcus Vinícius Vita Ferreira sustentou oralmente pela
recorrente, AES Uruguaiana Empreendimentos Ltda. Presidiu o julgamento o Sr.
Ministro João Otávio de Noronha.
Resumo estruturado: Aguardando análise. Inteiro Teor: REsp 606345 _ RS; RECURSO ESPECIAL. 2003_0205290-5.
Resumo estruturado: Aguardando análise. Inteiro Teor: REsp 606345 _ RS; RECURSO ESPECIAL. 2003_0205290-5.
Ementa: RECURSO EXTRAORDINÁRIO RETIDO -
ARTIGO 542, § 3º, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL - EXAME - PROVOCAÇÃO - VIA
PRÓPRIA. O meio próprio, perante o Supremo Tribunal Federal, a compelir o juízo
primeiro de admissibilidade ao exame do extraordinário é a reclamação. RECURSO
EXTRAORDINÁRIO - DECISÃO INTERLOCUTÓRIA - ARBITRAGEM - PROCESSAMENTO. Em jogo a
jurisdição, ante cláusula em que prevista a solução de conflito de interesse
via arbitragem, tudo recomenda a submissão do tema ao Supremo Tribunal
Federal.
Tribunal: STF - Publicação: 10/9/2004
Número do processo: AC-MC 212 / RJ - RIO DE JANEIRO - MEDIDA CAUTELAR EM AÇÃO CAUTELAR - Relator: Min. MARCO AURÉLIO
Ó órgão Julgador: Primeira Turma
Decisão: Indexação: - FINALIDADE, AÇÃO CAUTELAR, PROCESSAMENTO, RECURSO EXTRAORDINÁRIO RETIDO, DECISÃO INTERLOCUTÓRIA, INOBSERVÂNCIA, CLÁUSULA CONTRATUAL, PREVISÃO, SOLUÇÃO, CONFLITO, JUÍZO ARBITRAL.- RECEBIMENTO, PEDIDO, AÇÃO CAUTELAR, RECLAMAÇÃO, PRESERVAÇÃO, COMPETÊNCIA,(STF) // DETERMINAÇÃO, TRIBUNAL "A QUO", VISTA, PARTE RECORRIDA, PROMOÇÃO, JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE, RECURSO EXTRAORDINÁRIO.
Tribunal: STF - Publicação: 10/9/2004
Número do processo: AC-MC 212 / RJ - RIO DE JANEIRO - MEDIDA CAUTELAR EM AÇÃO CAUTELAR - Relator: Min. MARCO AURÉLIO
Ó órgão Julgador: Primeira Turma
Decisão: Indexação: - FINALIDADE, AÇÃO CAUTELAR, PROCESSAMENTO, RECURSO EXTRAORDINÁRIO RETIDO, DECISÃO INTERLOCUTÓRIA, INOBSERVÂNCIA, CLÁUSULA CONTRATUAL, PREVISÃO, SOLUÇÃO, CONFLITO, JUÍZO ARBITRAL.- RECEBIMENTO, PEDIDO, AÇÃO CAUTELAR, RECLAMAÇÃO, PRESERVAÇÃO, COMPETÊNCIA,(STF) // DETERMINAÇÃO, TRIBUNAL "A QUO", VISTA, PARTE RECORRIDA, PROMOÇÃO, JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE, RECURSO EXTRAORDINÁRIO.
Parte(s): REQTE.(S) : ALIANÇA NAVEGAÇÃO
E LOGÍSTICA LTDAADV.(A/S) : WAGNER ROSSI RODRIGUES E OUTRO (A/S)REQDO.(A/S) :
UNIMARE AGÊNCIA MARÍTIMA E OUTRO (A/S)ADV.(A/S) : EDUARDO ANTÔNIO KALACHE E
OUTRO (A/S).
Legislação: LEG-FED LEI-005869 ANO-1973
ART-00542 PAR-00003 CPC-1973 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. Observação:
Votação: unânime. Resultado: referendada a decisão na ação cautelar, nos termos do voto do Relator. Veja: informativo nº350.N.PP.:(05). Análise: (RDC). Revisão: (ANA).Inclusão: 29/09/04, (CFC).Alteração: 29/09/04, (JVC). Inteiro Teor: AC-MC 212 _ RJ - RIO DE JANEIRO - MEDIDA CAUTELAR EM AÇÃO CAUTELAR.
Ementa: PROCESSUAL CIVIL. SENTENÇA ESTRANGEIRA CONTESTADA. HOMOLOGAÇÃO. AUSÊNCIA DE CITAÇÃO. 1. A homologação da Sentença Estrangeira pressupõe a obediência ao contraditório consubstanciado na convocação inequívoca realizada alhures. In casu, o processo correu à revelia, e não há prova inequívoca, restando cediço na Corte que a citação por rogatória deve deixar estreme de dúvidas que a comunicação chegou ao seu destino. Sob esse ângulo, assiste razão ao curador quando sustenta: "O que fulmina a pretensão homologatória é a ausência de demonstração inequívoca da regularidade da citação da requerida ou de seus representantes legais para, eventualmente, contestarem a ação na Corte Distrital de Connecticut, nos Estados Unidos da América. Cuida-se de requisito indispensável à homologação terem sido as partes citadas ou haver-se legalmente verificado a revelia (art. 5º - II da Resolução nº 9, de 4 de maio de 2005, que dispõe, em caráter transitório, sobre a competência acrescida ao Superior Tribunal de Justiça pela Emenda Constitucional nº 45/2004) Tratando-se de sentença estrangeira, é necessário - salvo comparecimento voluntário e consequente aceitação do juízo estrangeiro- que a citação do requerido, residente no Brasil, seja feita por meio de carta rogatória após concessão do exequatur pelo Presidente do Superior Tribunal de Justiça (art. 105 - I - i da CF/88). Nesse sentido, copiosa jurisprudência do Supremo Tribunal Federal antes do advento da Emenda Constitucional Nº 45/2004 (v., entre inúmeras, SEC 3.495, SEC 6.122, SEC 6.304). Na mesma linha, orientação que se firma no Superior Tribunal de Justiça (v. SEC 295, relator Ministro José Delgado; SEC 841, relator Ministro José Arnaldo da Fonseca; e SEC 861, relator Ministro Ari Pargendler). Assim, a circunstância de a sentença dar notícia de .que a requerida "tendo falhado em comparecer, foram inadimplidos, e o Autor foi plenamente ouvido" (fl. 43), ou "não compareceram, foram inadimplentes e a Autora foi ouvida" (fl. 65), ou "não tendo comparecido, foram julgadas à revelia, e a Autora foi plenamente ouvida" (fl. 292) não demonstra, de modo necessário e manifesto, sua regular citação. 'O fato de ter tramitado à revelia não induz a crer, como pretende a requerente (item 8, fls. 224 e 309), que a requerida foi regularmente citada. Sobre isso, não estimamos correto mero exercício de retórica “... logrou a REQUERENTE fazer chegar à respectiva intimação às mãos da sócia da REQUERIDA, Sra. Alice Navarro Santos.” (fl. 185) ou, ainda, resta comprovado, portanto, que a REQUERIDA, na pessoa de sua representante, ficou ciente do pedido de confirmação da sentença arbitral perante a Corte Americana...(fl. 185). Era imperioso demonstrar que a citação para o processo judicial estadunidense se fez no Brasil mediante carta rogatória. Isso não ocorreu. Desse modo, a sentença proferida em novembro de 1997 pelo Foro Distrital dos Estados Unidos da América do Distrito de Connecticut (fls. 68/72; tradução, fls. 65/67) não deve ser homologada." 2. Destarte, a confirmação da eminente Relatora quanto à não-comunicação é inconteste, posto ter afirmado que: "A sentença arbitral de 28 de fevereiro de 1998 foi confirmada em 17 de novembro do mesmo ano pelo Tribunal Distrital dos Estados Unidos da América, Distrito de Connecticut, cumprindo-se assim uma exigência anterior à Lei de Arbitragem, não mais necessária, embora não prejudique o teor da providência a chancela de legalidade outorgada pela Justiça americana, com o chamamento da parte ré, ora requerida, que não respondeu ao chamado, como registra a sentença judicial. Consequentemente, não há como se imputar ao processo vício de nulidade por falta de citação, porque não foi possível localizar os sócios da empresa, senão um deles, por ocasião da homologação judicial." 3. É cediço que o trânsito em julgado da sentença alienígena não pode, no Brasil, ter maior força que a sentença nacional transita, sendo certo que no nosso ordenamento, a ausência de citação contamina todo o processo de cognição, ainda que vício aferível, apenas, quando da execução (art. 741 do CPC). 4. Deveras, no que pertine à sentença arbitral em si, objeto da homologação, em sendo o texto apresentado à chancela homologatória apócrifo (fls. 5/8), sobressai impossível a identificação de quem concordou, em nome da requerida, com os termos de conciliação (fls. 7/8; tradução fls. 11/12) da "sentença de consentimento" dos árbitros (fls. 5/6; tradução fls. 9/11) 5. Outrossim, não é por outra razão que os artigos 5º, 21, 37, II, 39, § único e 40 da Lei 9.307/96 dispõem: Art. 5° - Reportando-se as partes, na cláusula compromissória, às regras de algum órgão arbitral institucional ou entidade especializada, a arbitragem será instituída e processada de acordo com tais regras, podendo, igualmente, as partes estabelecer na própria cláusula, ou em outro documento, a forma convencionada para a instituição da arbitragem: Art. 21 - A arbitragem obedecerá ao procedimento estabelecido pelas partes na convenção de arbitragem, que poderá reportar-se às regras de um órgão arbitral institucional ou entidade especializada, facultando-se, ainda, às partes delegar ao próprio árbitro, ou ao tribunal arbitral, regular o procedimento. § 1° - Não havendo estipulação acerca do procedimento, caberá ao árbitro ou ao tribunal arbitral discipliná-lo. § 2° - Serão, sempre, respeitados no procedimento arbitral os princípios do contraditório, da igualdade das partes, da imparcialidade do árbitro e de seu livre convencimento. § 3° - As partes poderão postular por intermédio de advogado, respeitada, sempre, a faculdade de designar quem as represente ou assista no procedimento arbitral. § 4° - Competirá ao árbitro ou ao tribunal arbitral, no início do procedimento, tentar a conciliação das partes, aplicando-se, no que couber o art. 28 desta Lei... Art. 37 - A homologação de sentença arbitral estrangeira será requerida pela parte interessada, devendo a petição inicial conter as indicações da lei processual, conforme o art. 282 do Código de Processo Civil, e ser instruída, necessariamente, com: (...) II - o original da convenção de arbitragem ou cópia devidamente certificada, acompanhada de tradução oficial; Art. 39 - Também será denegada a homologação para o reconhecimento ou execução da sentença arbitral estrangeira, se o Supremo Tribunal Federal constar que: (...) Parágrafo único. Não será considerada ofensa à ordem pública nacional a efetivação da citação da parte residente ou domiciliada no Brasil, nos moldes da convenção de arbitragem ou da lei processual do país onde se realizou a arbitragem, admitindo-se, inclusive, a citação postal com prova inequívoca de recebimento, desde que assegure à parte brasileira tempo hábil para o exercício do direito de defesa. 6. É cediço na jurisprudência do Eg. STJ que a homologação de sentença estrangeira reclama prova de citação válida da parte requerida, seja no território prolator da decisão homologanda, seja no Brasil, mediante carta rogatória, consoante a ratio essendi do art. 217, II, do RISTJ. 7. Deveras, é assente na Suprema Corte que:"A citação de pessoa domiciliada no Brasil há de fazer-se mediante carta rogatória, não prevalecendo, ante o princípio direcionado ao real conhecimento da ação proposta, intimação realizada no estrangeiro. Inexistente a citação, descabe homologar a sentença.(...)" (SEC 7696/HL, Relator Ministro Marco Aurélio, DJ de 12.11.2004) 8. Precedentes jurisprudenciais do STF: SEC 6684/EU, Relator Ministro Sepúlveda Pertence, DJ de 19.08.2004; SEC 7570/EU, Relatora Ministra Ellen Gracie, DJ de 30.04.2004 e SEC 7459/PT, Relator Ministro Nelson Jobim, DJ de 30.04.2004. 9. Igualmente, quanto ao thema iudicandum o Eg. STF decidiu: "EMENTA: SENTENÇA ARBITRAL ESTRANGEIRA. CONVENÇÃO DE ARBITRAGEM. INEXISTÊNCIA. COMPETÊNCIA NÃO DEMONSTRADA. HOMOLOGAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. 1. O requerimento de homologação de sentença arbitral estrangeira deve ser instruído com a convenção de arbitragem, sem a qual não se pode aferir a competência do juízo prolator da decisão (Lei 9.307, artigos 37, II, e 39, II; RISTF, artigo 217, I). 2. Contrato de compra e venda não assinado pela parte compradora e cujos termos não induzem a conclusão de que houve pactuação de cláusula compromissória, ausentes, ainda, quaisquer outros documentos escritos nesse sentido. Falta de prova quanto à manifesta declaração autônoma de vontade da requerida de renunciar à jurisdição estatal em favor da particular. 3. Não demonstrada a competência do juízo que proferiu a sentença estrangeira, resta inviabilizada sua homologação pelo Supremo Tribunal Federal. Pedido indeferido." (SEC 6.753/UK - Reino Unido da Grã-Bretanha e da Irlanda do Norte, Rel. Min. Maurício Corrêa, Tribunal Pleno, DJ 04.10.2002) 10. Por fim, reportando-se às partes, às regras da A.A.A. (Associação de Arbitragem Americana) impunha-se anexá-las como método integrativo dos parâmetros da arbitragem, o que não restou efetivado, conspirando contra a homologação. 11. Voto pelo indeferimento da Homologação (art. 217, I e II e 216, RISTF c/c 17 da LICC), divergindo da E. Relatora.
Votação: unânime. Resultado: referendada a decisão na ação cautelar, nos termos do voto do Relator. Veja: informativo nº350.N.PP.:(05). Análise: (RDC). Revisão: (ANA).Inclusão: 29/09/04, (CFC).Alteração: 29/09/04, (JVC). Inteiro Teor: AC-MC 212 _ RJ - RIO DE JANEIRO - MEDIDA CAUTELAR EM AÇÃO CAUTELAR.
Ementa: PROCESSUAL CIVIL. SENTENÇA ESTRANGEIRA CONTESTADA. HOMOLOGAÇÃO. AUSÊNCIA DE CITAÇÃO. 1. A homologação da Sentença Estrangeira pressupõe a obediência ao contraditório consubstanciado na convocação inequívoca realizada alhures. In casu, o processo correu à revelia, e não há prova inequívoca, restando cediço na Corte que a citação por rogatória deve deixar estreme de dúvidas que a comunicação chegou ao seu destino. Sob esse ângulo, assiste razão ao curador quando sustenta: "O que fulmina a pretensão homologatória é a ausência de demonstração inequívoca da regularidade da citação da requerida ou de seus representantes legais para, eventualmente, contestarem a ação na Corte Distrital de Connecticut, nos Estados Unidos da América. Cuida-se de requisito indispensável à homologação terem sido as partes citadas ou haver-se legalmente verificado a revelia (art. 5º - II da Resolução nº 9, de 4 de maio de 2005, que dispõe, em caráter transitório, sobre a competência acrescida ao Superior Tribunal de Justiça pela Emenda Constitucional nº 45/2004) Tratando-se de sentença estrangeira, é necessário - salvo comparecimento voluntário e consequente aceitação do juízo estrangeiro- que a citação do requerido, residente no Brasil, seja feita por meio de carta rogatória após concessão do exequatur pelo Presidente do Superior Tribunal de Justiça (art. 105 - I - i da CF/88). Nesse sentido, copiosa jurisprudência do Supremo Tribunal Federal antes do advento da Emenda Constitucional Nº 45/2004 (v., entre inúmeras, SEC 3.495, SEC 6.122, SEC 6.304). Na mesma linha, orientação que se firma no Superior Tribunal de Justiça (v. SEC 295, relator Ministro José Delgado; SEC 841, relator Ministro José Arnaldo da Fonseca; e SEC 861, relator Ministro Ari Pargendler). Assim, a circunstância de a sentença dar notícia de .que a requerida "tendo falhado em comparecer, foram inadimplidos, e o Autor foi plenamente ouvido" (fl. 43), ou "não compareceram, foram inadimplentes e a Autora foi ouvida" (fl. 65), ou "não tendo comparecido, foram julgadas à revelia, e a Autora foi plenamente ouvida" (fl. 292) não demonstra, de modo necessário e manifesto, sua regular citação. 'O fato de ter tramitado à revelia não induz a crer, como pretende a requerente (item 8, fls. 224 e 309), que a requerida foi regularmente citada. Sobre isso, não estimamos correto mero exercício de retórica “... logrou a REQUERENTE fazer chegar à respectiva intimação às mãos da sócia da REQUERIDA, Sra. Alice Navarro Santos.” (fl. 185) ou, ainda, resta comprovado, portanto, que a REQUERIDA, na pessoa de sua representante, ficou ciente do pedido de confirmação da sentença arbitral perante a Corte Americana...(fl. 185). Era imperioso demonstrar que a citação para o processo judicial estadunidense se fez no Brasil mediante carta rogatória. Isso não ocorreu. Desse modo, a sentença proferida em novembro de 1997 pelo Foro Distrital dos Estados Unidos da América do Distrito de Connecticut (fls. 68/72; tradução, fls. 65/67) não deve ser homologada." 2. Destarte, a confirmação da eminente Relatora quanto à não-comunicação é inconteste, posto ter afirmado que: "A sentença arbitral de 28 de fevereiro de 1998 foi confirmada em 17 de novembro do mesmo ano pelo Tribunal Distrital dos Estados Unidos da América, Distrito de Connecticut, cumprindo-se assim uma exigência anterior à Lei de Arbitragem, não mais necessária, embora não prejudique o teor da providência a chancela de legalidade outorgada pela Justiça americana, com o chamamento da parte ré, ora requerida, que não respondeu ao chamado, como registra a sentença judicial. Consequentemente, não há como se imputar ao processo vício de nulidade por falta de citação, porque não foi possível localizar os sócios da empresa, senão um deles, por ocasião da homologação judicial." 3. É cediço que o trânsito em julgado da sentença alienígena não pode, no Brasil, ter maior força que a sentença nacional transita, sendo certo que no nosso ordenamento, a ausência de citação contamina todo o processo de cognição, ainda que vício aferível, apenas, quando da execução (art. 741 do CPC). 4. Deveras, no que pertine à sentença arbitral em si, objeto da homologação, em sendo o texto apresentado à chancela homologatória apócrifo (fls. 5/8), sobressai impossível a identificação de quem concordou, em nome da requerida, com os termos de conciliação (fls. 7/8; tradução fls. 11/12) da "sentença de consentimento" dos árbitros (fls. 5/6; tradução fls. 9/11) 5. Outrossim, não é por outra razão que os artigos 5º, 21, 37, II, 39, § único e 40 da Lei 9.307/96 dispõem: Art. 5° - Reportando-se as partes, na cláusula compromissória, às regras de algum órgão arbitral institucional ou entidade especializada, a arbitragem será instituída e processada de acordo com tais regras, podendo, igualmente, as partes estabelecer na própria cláusula, ou em outro documento, a forma convencionada para a instituição da arbitragem: Art. 21 - A arbitragem obedecerá ao procedimento estabelecido pelas partes na convenção de arbitragem, que poderá reportar-se às regras de um órgão arbitral institucional ou entidade especializada, facultando-se, ainda, às partes delegar ao próprio árbitro, ou ao tribunal arbitral, regular o procedimento. § 1° - Não havendo estipulação acerca do procedimento, caberá ao árbitro ou ao tribunal arbitral discipliná-lo. § 2° - Serão, sempre, respeitados no procedimento arbitral os princípios do contraditório, da igualdade das partes, da imparcialidade do árbitro e de seu livre convencimento. § 3° - As partes poderão postular por intermédio de advogado, respeitada, sempre, a faculdade de designar quem as represente ou assista no procedimento arbitral. § 4° - Competirá ao árbitro ou ao tribunal arbitral, no início do procedimento, tentar a conciliação das partes, aplicando-se, no que couber o art. 28 desta Lei... Art. 37 - A homologação de sentença arbitral estrangeira será requerida pela parte interessada, devendo a petição inicial conter as indicações da lei processual, conforme o art. 282 do Código de Processo Civil, e ser instruída, necessariamente, com: (...) II - o original da convenção de arbitragem ou cópia devidamente certificada, acompanhada de tradução oficial; Art. 39 - Também será denegada a homologação para o reconhecimento ou execução da sentença arbitral estrangeira, se o Supremo Tribunal Federal constar que: (...) Parágrafo único. Não será considerada ofensa à ordem pública nacional a efetivação da citação da parte residente ou domiciliada no Brasil, nos moldes da convenção de arbitragem ou da lei processual do país onde se realizou a arbitragem, admitindo-se, inclusive, a citação postal com prova inequívoca de recebimento, desde que assegure à parte brasileira tempo hábil para o exercício do direito de defesa. 6. É cediço na jurisprudência do Eg. STJ que a homologação de sentença estrangeira reclama prova de citação válida da parte requerida, seja no território prolator da decisão homologanda, seja no Brasil, mediante carta rogatória, consoante a ratio essendi do art. 217, II, do RISTJ. 7. Deveras, é assente na Suprema Corte que:"A citação de pessoa domiciliada no Brasil há de fazer-se mediante carta rogatória, não prevalecendo, ante o princípio direcionado ao real conhecimento da ação proposta, intimação realizada no estrangeiro. Inexistente a citação, descabe homologar a sentença.(...)" (SEC 7696/HL, Relator Ministro Marco Aurélio, DJ de 12.11.2004) 8. Precedentes jurisprudenciais do STF: SEC 6684/EU, Relator Ministro Sepúlveda Pertence, DJ de 19.08.2004; SEC 7570/EU, Relatora Ministra Ellen Gracie, DJ de 30.04.2004 e SEC 7459/PT, Relator Ministro Nelson Jobim, DJ de 30.04.2004. 9. Igualmente, quanto ao thema iudicandum o Eg. STF decidiu: "EMENTA: SENTENÇA ARBITRAL ESTRANGEIRA. CONVENÇÃO DE ARBITRAGEM. INEXISTÊNCIA. COMPETÊNCIA NÃO DEMONSTRADA. HOMOLOGAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. 1. O requerimento de homologação de sentença arbitral estrangeira deve ser instruído com a convenção de arbitragem, sem a qual não se pode aferir a competência do juízo prolator da decisão (Lei 9.307, artigos 37, II, e 39, II; RISTF, artigo 217, I). 2. Contrato de compra e venda não assinado pela parte compradora e cujos termos não induzem a conclusão de que houve pactuação de cláusula compromissória, ausentes, ainda, quaisquer outros documentos escritos nesse sentido. Falta de prova quanto à manifesta declaração autônoma de vontade da requerida de renunciar à jurisdição estatal em favor da particular. 3. Não demonstrada a competência do juízo que proferiu a sentença estrangeira, resta inviabilizada sua homologação pelo Supremo Tribunal Federal. Pedido indeferido." (SEC 6.753/UK - Reino Unido da Grã-Bretanha e da Irlanda do Norte, Rel. Min. Maurício Corrêa, Tribunal Pleno, DJ 04.10.2002) 10. Por fim, reportando-se às partes, às regras da A.A.A. (Associação de Arbitragem Americana) impunha-se anexá-las como método integrativo dos parâmetros da arbitragem, o que não restou efetivado, conspirando contra a homologação. 11. Voto pelo indeferimento da Homologação (art. 217, I e II e 216, RISTF c/c 17 da LICC), divergindo da E. Relatora.
Tribunal: STJ. Data da Publicação/Fonte:
30/10/2006
Processo: SEC 833 / EX ; SENTENÇA ESTRANGEIRA CONTESTADA2005/0032212-5. Relator: Ministra ELIANA CALMON (1114)
Ó rgão Julgador: CE - CORTE ESPECIAL
Acórdão:
Ministro LUIZ FUX (1122)
Resumo estruturado:
Processo: SEC 833 / EX ; SENTENÇA ESTRANGEIRA CONTESTADA2005/0032212-5. Relator: Ministra ELIANA CALMON (1114)
Ó rgão Julgador: CE - CORTE ESPECIAL
Acórdão:
Ministro LUIZ FUX (1122)
Resumo estruturado:
Inteiro Teor: SEC 833 _ EX ; SENTENÇA
ESTRANGEIRA CONTESTADA2005_0032212-5.
Ementa: SENTENÇA ARBITRAL ESTRANGEIRA.
CONTROLE JUDICIAL. IMPOSSIBILIDADE DE APRECIAÇÃO DO MÉRITO. INEXISTÊNCIA DE
CLÁUSULA COMPROMISSÓRIA. INCOMPETÊNCIA DO JUÍZO ARBITRAL. OFENSA À ORDEM
PÚBLICA NACIONAL. I - O controle judicial da sentença arbitral estrangeira está
limitado a aspectos de ordem formal, não podendo ser apreciado o mérito do
arbitramento. II - Não há nos autos elementos seguros que comprovem a aceitação
de cláusula compromissória por parte da requerida. III - A decisão homologada
ofende a ordem pública nacional, uma vez que o reconhecimento da competência do
juízo arbitral depende da existência de convenção de arbitragem (art. 37, II,
c/c art. 39, II, da Lei n° 9.307/96). Precedente do c. Supremo Tribunal Federal.
IV - In casu, a requerida apresentou defesa no juízo arbitral alegando,
preliminarmente, a incompetência daquela instituição, de modo que não se pode
ter como aceita a convenção de arbitragem, ainda que tacitamente. Homologação
indeferida.
Tribunal: STJ.
Tribunal: STJ.
Data da Publicação/Fonte: 16/10/2006
Processo: SEC 866 / EX ; SENTENÇA ESTRANGEIRA CONTESTADA2005/0034926-5.
Processo: SEC 866 / EX ; SENTENÇA ESTRANGEIRA CONTESTADA2005/0034926-5.
Relator: Ministro FELIX FISCHER (1109)
Ó rgão Julgador: CE - CORTE ESPECIAL
Acórdão: Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, indeferir o pedido de homologação, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Gilson Dipp, Hamilton Carvalhido, Jorge Scartezzini, Eliana Calmon, Paulo Gallotti, Francisco Falcão, Laurita Vaz, Luiz Fux, João Otávio de Noronha, Teori Albino Zavascki, Nilson Naves, Francisco Peçanha Martins, Humberto Gomes de Barros, Ari Pargendler, José Delgado, Fernando Gonçalves e Carlos Alberto Menezes Direito votaram com o Sr. Ministro Relator. Ausentes, justificadamente, os Srs. Ministros Aldir Passarinho Junior e Cesar Asfor Rocha e, ocasionalmente, o Sr. Ministro Antônio de Pádua Ribeiro . Sustentaram oralmente o Dr. Marcus Vinicius Vita Ferreira, pela requerente, e o Dr. Antônio Vilas Boas Teixeira de Carvalho, pelo requerido.
Resumo estruturado: Inteiro Teor: SEC 866 _ EX; SENTENÇA ESTRANGEIRA. CONTESTADA2005_0034926-5.
Ó rgão Julgador: CE - CORTE ESPECIAL
Acórdão: Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, indeferir o pedido de homologação, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Gilson Dipp, Hamilton Carvalhido, Jorge Scartezzini, Eliana Calmon, Paulo Gallotti, Francisco Falcão, Laurita Vaz, Luiz Fux, João Otávio de Noronha, Teori Albino Zavascki, Nilson Naves, Francisco Peçanha Martins, Humberto Gomes de Barros, Ari Pargendler, José Delgado, Fernando Gonçalves e Carlos Alberto Menezes Direito votaram com o Sr. Ministro Relator. Ausentes, justificadamente, os Srs. Ministros Aldir Passarinho Junior e Cesar Asfor Rocha e, ocasionalmente, o Sr. Ministro Antônio de Pádua Ribeiro . Sustentaram oralmente o Dr. Marcus Vinicius Vita Ferreira, pela requerente, e o Dr. Antônio Vilas Boas Teixeira de Carvalho, pelo requerido.
Resumo estruturado: Inteiro Teor: SEC 866 _ EX; SENTENÇA ESTRANGEIRA. CONTESTADA2005_0034926-5.
Ementa: PROCESSO CIVIL. JUÍZO ARBITRAL.
CLÁUSULA COMPROMISSÓRIA. EXTINÇÃO DO PROCESSO. ART. 267, VII, DO CPC. SOCIEDADE
DE ECONOMIA MISTA. DIREITOS DISPONÍVEIS. EXTINÇÃO DA AÇÃO CAUTELAR PREPARATÓRIA
POR INOBSERVÂNCIA DO PRAZO LEGAL PARA A PROPOSIÇÃO DA AÇÃO PRINCIPAL. 1.
Cláusula compromissória é o ato por meio do qual as partes contratantes
formalizam seu desejo de submeter à arbitragem eventuais divergências ou
litígios passíveis de ocorrer ao longo da execução da avença. Efetuado o
ajuste, que só pode ocorrer em hipóteses envolvendo direitos disponíveis, ficam
os contratantes vinculados à solução extrajudicial da pendência. 2. A eleição
da cláusula compromissória é causa de extinção do processo sem julgamento do
mérito, nos termos do art. 267, inciso VII, do Código de Processo Civil. 3. São
válidos e eficazes os contratos firmados pelas sociedades de economia mista
exploradoras de atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou
de prestação de serviços (CF, art. 173, § 1º) que estipulem cláusula
compromissória submetendo à arbitragem eventuais litígios decorrentes do
ajuste. 4. Recurso especial parcialmente provido.
Tribunal: STJ. Data da Publicação/Fonte: 14/9/2006
Processo: REsp 612439 / RS ; RECURSO ESPECIAL2003/0212460-3. Relator: Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA (1123)
Ó rgão Julgador: T2 - SEGUNDA TURMA
Acórdão: Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator, dar parcial provimento ao recurso e julgar extinta a medida cautelar. Os Srs. Ministros Castro Meira, Francisco Peçanha Martins e Eliana Calmon votaram com o Sr. Ministro Relator. Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Franciulli Netto. O Dr. Arnoldo Wald sustentou oralmente pela recorrente, AES Uruguaiana Empreendimentos Ltda. Presidiu o julgamento o Sr. Ministro João Otávio de Noronha.
Resumo estruturado: Inteiro Teor: REsp 612439 _ RS ; RECURSO ESPECIAL2003_0212460-3.
Tribunal: STJ. Data da Publicação/Fonte: 14/9/2006
Processo: REsp 612439 / RS ; RECURSO ESPECIAL2003/0212460-3. Relator: Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA (1123)
Ó rgão Julgador: T2 - SEGUNDA TURMA
Acórdão: Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator, dar parcial provimento ao recurso e julgar extinta a medida cautelar. Os Srs. Ministros Castro Meira, Francisco Peçanha Martins e Eliana Calmon votaram com o Sr. Ministro Relator. Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Franciulli Netto. O Dr. Arnoldo Wald sustentou oralmente pela recorrente, AES Uruguaiana Empreendimentos Ltda. Presidiu o julgamento o Sr. Ministro João Otávio de Noronha.
Resumo estruturado: Inteiro Teor: REsp 612439 _ RS ; RECURSO ESPECIAL2003_0212460-3.
Ementa: HOMOLOGAÇÃO DE SENTENÇA ESTRANGEIRA.
SENTENÇA ARBITRAL. PROCEDIMENTO ARBITRAL QUE TEVE CURSO À REVELIA DO REQUERIDO.
CONVENÇÃO ARBITRAL. INEXISTÊNCIA. 1. Para a homologação de sentença de
arbitragem estrangeira proferida à revelia do requerido, deve ele, por ser seu
o ônus, comprovar, nos termos do inciso III do art. 38 da Lei n. 9.307/96, que
não foi devidamente comunicado da instauração do procedimento arbitral. 2.
Homologação deferida. Tribunal: STJ. Data da Publicação/Fonte: 3/4/2006.
Processo: SEC 887 / EX; SENTENÇA ESTRANGEIRA CONTESTADA. 2005/0034903-8
Relator: Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA (1123). Ó órgão Julgador: CE - CORTE ESPECIAL
Acórdão: Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, deferir o pedido de homologação nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Nilson Naves, Francisco Peçanha Martins, Humberto Gomes de Barros, Cesar Asfor Rocha, Ari Pargendler, José Delgado, Fernando Gonçalves, Carlos Alberto Menezes Direito, Felix Fischer, Aldir Passarinho Junior, Hamilton Carvalhido, Jorge Scartezzini, Paulo Gallotti, Francisco Falcão, Laurita Vaz e Luiz Fux votaram com o Sr. Ministro Relator. Ausentes, justificadamente, os Srs. Ministros Antônio de Pádua Ribeiro e Eliana Calmon e, ocasionalmente, os Srs. Ministros Edson Vidigal e Gilson Dipp. Absteve-se de renovar a sustentação oral o Dr. Luiz Norton Nunes. Presidiu o julgamento o Sr. Ministro Barros Monteiro. Resumo estruturado: Inteiro Teor: SEC 887 _ EX; SENTENÇA ESTRANGEIRA CONTESTADA; 2005_0034903-8.
Relator: Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA (1123). Ó órgão Julgador: CE - CORTE ESPECIAL
Acórdão: Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, deferir o pedido de homologação nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Nilson Naves, Francisco Peçanha Martins, Humberto Gomes de Barros, Cesar Asfor Rocha, Ari Pargendler, José Delgado, Fernando Gonçalves, Carlos Alberto Menezes Direito, Felix Fischer, Aldir Passarinho Junior, Hamilton Carvalhido, Jorge Scartezzini, Paulo Gallotti, Francisco Falcão, Laurita Vaz e Luiz Fux votaram com o Sr. Ministro Relator. Ausentes, justificadamente, os Srs. Ministros Antônio de Pádua Ribeiro e Eliana Calmon e, ocasionalmente, os Srs. Ministros Edson Vidigal e Gilson Dipp. Absteve-se de renovar a sustentação oral o Dr. Luiz Norton Nunes. Presidiu o julgamento o Sr. Ministro Barros Monteiro. Resumo estruturado: Inteiro Teor: SEC 887 _ EX; SENTENÇA ESTRANGEIRA CONTESTADA; 2005_0034903-8.
Ementa: Processual civil. Recurso especial.
Cláusula arbitral. Lei de Arbitragem. Aplicação imediata. Extinção do processo
sem julgamento de mérito. Contrato internacional. Protocolo de Genebra de 1923.
- Com a alteração do art. 267, VII, do CPC pela Lei de Arbitragem, a pactuação
tanto do compromisso como da cláusula arbitral passou a ser considerada
hipótese de extinção do processo sem julgamento do mérito. - Impõe-se a
extinção do processo sem julgamento do mérito se, quando invocada a existência
de cláusula arbitral, já vigorava a Lei de Arbitragem, ainda que o contrato
tenha sido celebrado em data anterior à sua vigência, pois, as normas
processuais têm aplicação imediata. - Pelo Protocolo de Genebra de 1923, subscrito
pelo Brasil, a eleição de compromisso ou cláusula arbitral imprime às partes
contratantes a obrigação de submeter eventuais conflitos à arbitragem, ficando
afastada a solução judicial. - Nos contratos internacionais, devem prevalecer
os princípios gerais de direito internacional em detrimento da normatização
específica de cada país, o que justifica a análise da cláusula arbitral sob a
ótica do Protocolo de Genebra de 1923. Precedentes. Recurso especial
parcialmente conhecido e improvido.
Tribunal: STJ. Data da Publicação/Fonte: 5/9/2005
Processo: REsp 712566 / RJ; RECURSO ESPECIAL. 2004/0180930-0. Relator: Ministra NANCY ANDRIGHI (1118). Ó órgão Julgador: T3 - TERCEIRA TURMA
Acórdão: Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da TERCEIRA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas constantes dos autos, por unanimidade, conhecer em parte o recurso especial e, nessa parte, negar-lhe provimento, nos termos do voto da Sra. Ministra Relatora. Os Srs. Ministros Humberto Gomes de Barros, Ari Pargendler e Carlos Alberto Menezes Direito votaram com a Sra. Ministra Relatora. Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Castro Filho. Ausente, ocasionalmente, o Sr. Ministro Ari Pargendler. Resumo estruturado: Inteiro Teor: REsp 712566 _ RJ ; RECURSO ESPECIAL2004_0180930-0.
Tribunal: STJ. Data da Publicação/Fonte: 5/9/2005
Processo: REsp 712566 / RJ; RECURSO ESPECIAL. 2004/0180930-0. Relator: Ministra NANCY ANDRIGHI (1118). Ó órgão Julgador: T3 - TERCEIRA TURMA
Acórdão: Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da TERCEIRA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas constantes dos autos, por unanimidade, conhecer em parte o recurso especial e, nessa parte, negar-lhe provimento, nos termos do voto da Sra. Ministra Relatora. Os Srs. Ministros Humberto Gomes de Barros, Ari Pargendler e Carlos Alberto Menezes Direito votaram com a Sra. Ministra Relatora. Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Castro Filho. Ausente, ocasionalmente, o Sr. Ministro Ari Pargendler. Resumo estruturado: Inteiro Teor: REsp 712566 _ RJ ; RECURSO ESPECIAL2004_0180930-0.
Ementa: Sentença arbitral estrangeira.
Cláusula compromissória. Contrato não assinado pela requerida. Comprovação do
pacto. Ausência de elementos. 1. Tem-se como satisfeito o requisito da
aceitação da convenção de arbitragem quando a parte requerida, de acordo com a
prova dos autos, manifestou defesa no juízo arbitral, sem impugnar em nenhum
momento a existência da cláusula compromissória. 2. Descabe examinar o mérito
da sentença estrangeira no presente requerimento, na esteira de precedentes do
Supremo Tribunal Federal. 3. Homologação deferida.
Tribunal: STJ.
Tribunal: STJ.
Data da Publicação/Fonte: 27/6/2005
Processo: SEC 856 / EX; SENTENÇA ESTRANGEIRA CONTESTADA.2005/0031430-2. Relator: Ministro CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO (1108)
Ó órgão Julgador: CE - CORTE ESPECIAL
Acórdão: Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, deferir o pedido de homologação, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Felix Fischer, Gilson Dipp, Hamilton Carvalhido, Eliana Calmon, Paulo Gallotti, Luiz Fux, João Otávio de Noronha, Barros Monteiro, Francisco Peçanha Martins, Humberto Gomes de Barros, Cesar Asfor Rocha, José Delgado, José Arnaldo da Fonseca e Fernando Gonçalves votaram com o Sr. Ministro Relator. Ausentes, justificadamente, os Srs. Ministros Sálvio de Figueiredo Teixeira e Ari Pargendler e, ocasionalmente, os Srs. Ministros Edson Vidigal, Nilson Naves e Francisco Falcão. Licenciado o Sr. Ministro Franciulli Netto, sendo substituído pelo Sr. Ministro João Otávio de Noronha. Sustentou oralmente, pelo requerente, a Dra. Lúcia Maria Figueiredo. Resumo estruturado: Inteiro Teor: SEC 856 _ EX; SENTENÇA ESTRANGEIRA CONTESTADA. 2005_0031430-2.
Processo: SEC 856 / EX; SENTENÇA ESTRANGEIRA CONTESTADA.2005/0031430-2. Relator: Ministro CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO (1108)
Ó órgão Julgador: CE - CORTE ESPECIAL
Acórdão: Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, deferir o pedido de homologação, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Felix Fischer, Gilson Dipp, Hamilton Carvalhido, Eliana Calmon, Paulo Gallotti, Luiz Fux, João Otávio de Noronha, Barros Monteiro, Francisco Peçanha Martins, Humberto Gomes de Barros, Cesar Asfor Rocha, José Delgado, José Arnaldo da Fonseca e Fernando Gonçalves votaram com o Sr. Ministro Relator. Ausentes, justificadamente, os Srs. Ministros Sálvio de Figueiredo Teixeira e Ari Pargendler e, ocasionalmente, os Srs. Ministros Edson Vidigal, Nilson Naves e Francisco Falcão. Licenciado o Sr. Ministro Franciulli Netto, sendo substituído pelo Sr. Ministro João Otávio de Noronha. Sustentou oralmente, pelo requerente, a Dra. Lúcia Maria Figueiredo. Resumo estruturado: Inteiro Teor: SEC 856 _ EX; SENTENÇA ESTRANGEIRA CONTESTADA. 2005_0031430-2.
Sentença Arbitral condena a Redetv a
indenizar a empresa TOPSPORTS.
Fonte: www.espacovital.com.br, em 05.05.2005. Em decisão final, sem possibilidade de recurso, o Tribunal
Arbitral do Centro de Arbitragem e Mediação da Câmara de Comércio Brasil-Canadá
considerou a Redetv culpada e deu prazo de 15 dias para que esta indenize a
empresa de marketing Top Sports em cerca de R$ 5 milhões por quebra do contrato
de parceria que mantinham para transmissão de eventos esportivos. Além das
multas, o Tribunal determinou também que a emissora não mais transmita os jogos
da Liga dos Campeões da UEFA, o principal evento esportivo objeto do contrato,
exigindo que a Redetv transfira imediatamente os referidos direitos de
transmissão à Top Sports. O descumprimento de cláusulas contratuais por
parte da Redetv, o principal deles a captação de recursos publicitários da Petrobras
não comunicados à Topsports(como determinava o contrato entre RedeTV e Top
Sports), obrigou a empresa de marketing a rescindir o contrato de parceria com
a emissora e transferir todas as transmissões esportivas para a Rede
Bandeirantes, exceção feita aos jogos da Liga dos Campeões da UEFA que
continuaram a ser transmitidos pela Rede TV. A sentença arbitral põe fim à
disputa entre Rede TV e Top Sports, que
começou no dia 16 de setembro de 2004. A utilização da arbitragem da Câmara de
Comércio Brasil-Canadá foi estabelecida de comum acordo entre a Top Sports e a
Rede TV como o foro para dirimir qualquer divergência relativa ao referido
contrato.
Pacta
sunt servanda.

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